9 de janeiro de 2008

# MADAVE V

As aventuras amorosas de Mr. R

Madame V

Permanecemos inertes por alguns longos minutos. O silêncio brigava com a arritmia desenfreada dos meus batimentos. Não era necessário dizer nada. Gozávamos da presença um do outro imersos cada qual o seu mundo de pensamentos, eu queria não pensar, mas não conseguia. Deitei na cama procurando relaxar o corpo exausto, não quis esconder minha euforia meu sorriso teimava em brigar com minha face, ah o prazer do coito.

Ela debruçou sobre mim, sua cabeça em meu peito, sua pele quente em contato direto com a minha, seu braço me abraçava e sua mão acarinhava minha cabeça. Alisei carinhosamente meu cabelo, fiquei brincando com ele, enrolava suas pontas entre meus dedos, por vezes ela me olhava, sorria e beijava meu peito. Sentia minha barriga formigar, uma sensação gostosa vibrava por cada parte do meu corpo. Entrelacei seus dedos aos meus, levei as costas da sua mão a minha boca e a beijei por instantes fiquei olhando nossas mãos unidas. Uma sensação de calma me tomou por inteiro, permaneceria ali por mais 200 anos.

O cenário perfeito, ao fundo um ruído baixo vinha da vitrola era a agulha que arranhava o ultimo sulco o vinil pedindo que fosse virado o lado do disco para que mais uma vez ele pudesse ressoar. As chamas das velas trepidavam valsando no ar, ora pra esquerda, ora pra direita, em alguns momentos um feixe longo se estendia desenhado sombras imensas na parede, os poucos objetos ganhavam novos contornos. Me lembrei do vinho. Levantei servir duas taças e voltei à cama. Agora me aprumei na cabeceira da cama a observava deitada de bruço, seus contornos ficavam ainda mais lindos a luz de vela. De olhos fechados e com as mãos soltas no ar fui desenhando suas curvas, pude sentir o toque em sua pele novamente, deslizando por seu corpo. Sugado novamente a realidade senti o toque do seu corpo no meu, ela levantara e se sentou comigo, suas costas em contato com meu peito, ela ajeitou o cabelo evidenciando seu pescoço a minha frente, o beijei, soprei baixinho algumas taras em seu ouvido, V se virou procurando minha boca, a beijei, após um beijo longo e goles de vinho, a abracei cruzando meus braços por entre o seus e trocamos nossas primeiras palavras naquela tarde.

- Por que não ficamos juntos no nosso primeiro encontro?
- Essa e a mesma pergunta que estou me fazendo? Você não teria a resposta?
- Deveríamos ter nos encontrado a muito tempo. Mas agora sou uma mulher casada e isso não pode continuar, se tivéssemos ficado juntos naquela época talvez a história agora fosse diferente.
- Não ficamos porque você não quis!
- Eu não quis?
- Lógico. Lembro de cada detalhe do nosso primeiro encontro. Súbita. Estava entregue aos meus pensamentos quando você chegou maliciosa e puxando assunto comigo.
- Não me lembro de nada disso. Lembro. Você olhando para mim como se eu fosse a ultima mulher do mundo.
- Olhava para um ponto cego, meus pensamentos não me deixavam ver nada o meu redor, você que me trouxe de volta a realidade. Confesso. Seu joguinho de sedução me deixou louco.
- Mentira.
- Você me olhava com ar de depravação, no mínimo pensava que eu fosse uma nova garota do Súbita.
- Enfim!
- Nos beijamos e você saiu correndo, disparei atrás de você, mas fui barrado por um dos seguranças, quando consegui sair. Não te vi mais.
- lembro o beijo.
- Sim, lembrei porque corri. Naquela noite estava confusa havia brigado com meu noivo, faltou muito pouco pra ele me agredir, fui tomada por uma fúria que desconhecia, minhas idéias estavam baralhadas. Pensei em desistir, jogar tudo pro alto, não quis mais viver, só queria correr, minhas pernas me guiaram até aquele lugar. Na porta vi as pessoas que entravam e saiam rindo, felizes, bêbados. As pessoas eram homens senti inveja daquela felicidade, a queria pra mim. Quando alguém cruzava a porta ouvia a música que tocava, pensei, ali seria meu refugio, também queria experimentar aquela felicidade, mas vocês homens sempre ligados ao sexo. Só pensam em coito, vivem felizes só por gozar, não importa quem, não importa como, não importa onde.
- É...
- Nem pensem em argumentar.
- Dê a um homem a atenção que sua mãe lhe reserva. Seja ama, lave, passe, cozinhe e durante a noite abra as pernas para que vocês possam se divertir e pronto, esse homem estará sobre controle pro resto da vida. Minto. Ele procurará outra mulher que conheça outros truques sexuais.
- Bem...
- Pode poupar o discurso!
- Então posso dizer que você é mulher que pensa como um homem, ou, porque estaria essa tarde aqui? Afinal não veio aqui atrás digamos desses outros truques sexuais, já sei seu casamento anda muito bem? Não é verdade?
- Não quero falar desse assunto.
- Você estava lá sentado indiferente a tudo que acontecia, não dava a mínima por sexo explicito, as mulheres nuas dançando, indiferente aos bêbados chatos, você me chamou a atenção.
- Então você admite!?!
- Resolvi sentar do seu lado e conversar um pouco, pensei, quem sabe o louco solitário não seja suicida e não queria companhia pra morte. Quando dei por mim, nos beijávamos, por impulso corri, me senti suja, só pensei só consegui só quis correr.
- Não lembro o que pensava muito menos o que acontecia comigo naquele momento, só lembro de querer você novamente. Aquele beijo. Te procurei, retornei incontáveis vezes ao Súbita e nenhum sinal, até que nos encontramos naquela esquina e depois no Jóquei e cá estamos, entrelaçados, suados, sujos, nus, pensei que esse dia não chegaria, desisti de você. Mas...

Não contive meu ímpeto e a beijei novamente, de frente pra mim foi sua vez de me beijar. Ela me beijava insanamente como se do lado de fora do quarto caíssem meteoros flamejantes do céu, seu apetite pela minha boca era voraz, ela me devoraria naquele momento caso fosse os últimos minutos de nossa vida. V me apertava com força contra a cabeceira da cama, eu sentia suas unhas penetrarem minha pele, cada mordida forte na minha orelha, chupava meus mamilos, apertava seus corpo contra o meu, nos entregamos mais uma vez ao sexo desenfreado.

Deitado na cama sem energias com os olhos semi-serrados a vi se levantar da cama. Nunca imaginei que apreciar uma mulher se vestindo seria tão prazeroso quanto despi-la. A atmosfera criada pelo vinho, velas, rosas e tangos criadas naquela tarde proporcionou essa cena que com certeza não esquecerei. Sua penumbra contornada pela luz fraca, sua voz rouca cantarolando baixinho, seus movimentos ao se vestir, cada braço esticado, abaixar para ajeitar o vestido, o balançar dos quadris a cada passo pelo quarto, tudo cadenciado ao som de Piazzola, o cheiro de sexo invadia com fúria minhas narinas e me excitava cada vez mais estava pronto para mais uma vez.

V se aproximou e me beijou pela ultima vez naquela tarde, tive vontade de rasgar sua roupa e segura-la em meus braços, mas o adiantado a hora e lembrança que seu marido a esperava em casa aquela noite fez eu conter meus impulsos. Ela se despediu e da porta de quarto me atirou um beijo. Deitado me deixei vencer pelo sono.

continua...
(ps: vou matar a V, o texto que ta dando cria!!!)

10 de dezembro de 2007

Para ler ouvindo - Madave V - Gotan Project

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Para ler ouvindo Época - Gotan Project
ou os seguintes Tangos. (recomendado)

Assassin´s Tango – Joel Powell

Oblivion – Astor Piazolla e Milva
Tango Argentina - Astor Piazolla e Roberto Goye
Aplazado – Astor Piazolla
Balada para un Loco - Astor Piazolla

M.A.T.H – Gotan Project
La revancha del Tango – Gotan Project

La del Ruso - Gotan Project

Play e boa leitura
(conteudo inapropriado para menores de 18 anos)

# MADAME V

As aventuras amorosas de Mr R
Madame V.
(retomando)
Ela permanecia em silêncio, observava cada detalhe do quarto, aproximou-se de um maço de rosas e tentou sentir da flor pouco perfumada, em seguida um gole curto na taça de vinho, eu a observava e sem trocar uma só palavra lhe ofereci uma rosa branca, ela a aceitou, segurei sua mão e a puxei fazendo seu corpo vir ao meu encontro, deslizei as costas da minha mão por sua face e a beijei demoradamente, meu impulso por sexo deu lugar a uma calma que jamais sonhara ter. O beijo foi lento, minha língua queria desbravar cada pedacinho daquela boca, enquanto uma das minhas mãos estava no centro das suas costas a outra percorria delicadamente seu rosto, ela brincava com seus lábios, contornava sua orelha, podia sentir as pulsações de V, o arrepio que corria seus braços, aquela mulher forte e decidida do ultimo encontro agora estava indefesa, insegura, relutante em meus braços. O beijo foi ganhando força, agora sentia suas mãos apertarem minha cintura e aos poucos ela relaxar, era a vez da sua boca descobrir a minha, parecíamos apenas um naquele momento. Minha excitação era visível e a julgar pela sua respiração ofegante ela também me desejava, rodei os calcanhares e a passos largos a conduzi até a cama, ela se deixou cair e eu deitei por cima dela sem por um momento desviar meu olhar do seu, ela se ajeitou na cabeceira e repousou a cabeça sobre as almofadas, a olhei intensamente por minutos, quase não acreditando que ela estava ali, meus olhos diziam a ela essa tarde você será minha, a beijei intensamente, minha boca agora procurava descobrir outras partes do seu corpo, beijos leves contornava seu pescoço até chegar à orelha, mordi a ponta com força e soprei lento no seu ouvido, minha língua agora fazia o caminho inverso até seu queixo.
Entre beijos e mordidas fui deslizando a parte inferior dos meus lábios por seu colo, minhas mãos já escorregavam por suas pernas, subindo pela parte interna de suas coxas, fui sentindo sua respiração ficar cada vez mais rápida, a cada centímetro percorrido subia seu vestido. Pude sentir seu corpo estremecer e ela contrair as pernas tentando camuflar a excitação, minha mão alcançou sua vagina, aquele monte de roupas já nos atrapalhavam e controlavam nossos movimentos.

Sentei na cama, ela se levantou e me beijou, suas mãos apertavam forte meus braços, um a um ela desabotou os botões da minha camisa, para cada casa aberta recebia um beijo na área desnuda, os arrepios subiam cada vez mais forte pela espinha, vi minha camisa ser atirada para um canto do quarto, ela me olhou sorriu e me empurrou com tudo na cama. Deitado senti sua língua correr meus peitos, minha barriga, meu púbis, a olhei e ela retribuiu o olhar, mas com uma cara de safada que me fez quase chegar ao orgasmo. Seus dedos passeavam pela minha boca, meu corpo tremia a cada beijo, ela desabotou minha calça e começou a retira-la, minha cueca foi a próxima a voar pelo quarto. V começou beijando minha canela, subindo pelo joelho, ela apertava meus peitos enquanto subia pelas minhas coxas. Como se não esperasse, fechei os olhos e senti sua boca encontrar meu pênis, meu corpo já se contorcia, tentava respirar fundo e pausado, mas fui traído mais uma vez, a respiração ficava cada mais intensa, mais rápida, mais ruidosa, sentia sua língua molhada engolir minha glande, não pensava, não conseguia pensar, a música virou zumbido em meu ouvido, um frio percorria minha barriga, meus pés formigavam, meu coração está cada vez mais descompassado, explodiria a qualquer momento. Ela me olhava todo mole a sua frente e ria maldosamente. Sua boca subindo e descendo, sua língua agarrada ao meu pênis, a sucção cada vez mais intensa, eu latejando dentro da sua boca, a respiração ofegante, o prazer latente, o ar faltando, o corpo se contorcendo e ela me beijando ininterruptamente. Já não agüentava mais afastei violentamente sua boca de mim e a puxei. A beijei com tamanha violência que quase lhe faltou o ar, ouvia seus suspiros, ofegante, quente, suada, imersa, entregue, amante, mulher.

Agora seria minha vez de retribuir o carinho, mais uma vez sentados na cama baixei o zíper do seu vestido e sem nenhuma dificuldade a despi, por baixo do vestido apenas uma lingerie branca, pequena, rendada. Sua pele branca, lisa, macia, do umbigo desciam pequenos pelos loiros até a vagina. Os bicos dos peitos rosados, grandes, duros denunciavam a excitação. Poderia admirá-la por dias, assim nua em pêlo na minha frente.

A deitei de bruço, afastei seu cabelo e como um vampiro ataquei seu pescoço fazendo seu corpo se torcer forte para o alto se soltando relaxado em cima da cama, a cada beijo em sua nuca ouvia seu suspiro abafado. Lentamente e porque não dizer maldosamente fui soprando sua coluna até chegar em suas nádegas, a palma da minha mão pressionava suas costas tentando descer e acompanhar minha boca, mordia sua bunda, apertava suas costelas, beijava suas coxas, lambia suas costas, deixava o peso do meu corpo sobre suas pernas, soprava lento no seu ouvido, mordia sua orelha, mordia suas costas, mordia as batatas da sua perna, minha língua percorria de cima a baixo seu corpo. O destino proibido lá estava uma das minhas mãos tentando romper a barreira da calcinha que ainda estava em seu corpo, eu alisava sua vagina por cima da calcinha e sentia meu corpo se contorcer em minhas mãos, ela já estava molhada e o cheiro de sexo anunciado começa a se misturar com o quarto. Com um dedo de cada lado de sua cintura fui retirando a lingerie a te não mais cobrir suas vergonhas, sem cerimônias meus dedos foram diretos até sua vagina quente, úmida, apertada, V afastou as pernas e se abriu para me receber, mas estava disposto a brincar um pouco mais.

Meu dedo já inteiro dentro da sua vagina sentiam a pressão de uma mulher louca pelo sexo. Eles entravam e saiam com força cada vez mais rápidos, mais molhados, mais quentes, podia sentir cada veia, cadê pedacinho do seu corpo em minhas digitais, ela já estava entregue ao prazer, suspirava fundo, respirava cada vez mais ofegante, clamava pela minha mão.

Não pensei muito a virei abri suas pernas seria sua vez de ser chupada. Minha língua desbravaria lábios, grandes lábios, clitóris, sentiria o gosto salgado de V a cada nova parte que ela chegasse. Freneticamente pressionava seus lábios, invadia sua vagina, beijava seu clitóris, subia, descia, circulava, pressionava, escorria, mordia, chupava se misturava a um turbilhão de sensações, sentia seu corpo se entregar ao prazer, suas mãos entrelaçadas as minhas, suas costas cada vez mais inclinada, suas coxas pressionando minha cabeça, seus gemidos saltando desesperado pela boca ora confundidos com sussurros, gritos mudos, respiração forte e minha boca ali brincando maldosamente. Ela explodia a cada segundo, denunciava o coito, apertava mais minha cabeça ao encontro dela, minha língua estava ali disposta a descobrir cada centímetro daquela mulher.

Subi rapidamente ao encontro de sua boa, a beijei longamente, seu suor já se misturava ao meu, introduzi meu pênis e ouvi um gemido forte, ela me abraçou, um suspiro lento saltou de seus lábios, agora éramos um só corpo, suas mãos apertavam minhas costas, sentia suas unhas abrirem sulcos até chegarem a minha bunda, com força ela a apertou, um misto de prazer e dor me invadiu a face rasgado pelo meu sorriso sacana que cadenciaria nossa primeira tarde de amor.

Lentamente meu pênis entrava e saia, sentia sua vagina se contorcer o chamando, o cheiro de sexo era cada vez mais forte, ácido, junto com as velas queimadas e flores que enfeitavam o quarto. A preenchia a cada nova estocada, fui ganhando ritmo e velocidade a cada novo movimento, por vezes parava e a beijava, em seus olhos podia sentir o prazer, não nos falávamos, qualquer palavra seria impronunciável, cada vez mais rápido via seu rosto ganhar contornos de prazer, suávamos, nossos corpos colados ganhavam força, se perdiam em gemidos contidos, abafados, gritados no ouvido, ela apertava cada vez mais sua vagina contra o meu púbis, puxava seu corpo ao meu encontro, contorcia a barriga e eu ali em cima dela concentrado em receber prazer, naquele vai e vem, entre e sai, frenético loco, impensado por dois adúlteros entregues imersos ao sexo.

As forças começaram a me faltar, a visão ficava cada vez mais turva, novamente o zumbido tomava conta do meu ouvido, dessa vez com mais força não só o ouvia podia sentir vibrar, meu corpo formigava, teve inicio nos pés e subia rapidamente. A cada momento metia nela com mais força e com mais força, mais rápido, a sentia estremecer junto comigo, sua vagina cada vez mais relaxada, mais quente, mais úmida, sua respiração quase faltante, o formigamento subindo, coração na boca, boca seca, olhos fechados, lábios entre mordidos, cerrados, mãos suando, braços fracos, ouvindo vibrando, respiração rápida, curta, desconexão entre pensamentos e ações e cada vez mais rápido, ela me pressionando contra seu corpo, atos falhos, respiração acelerada, gemidos altos no ouvido, meu pênis entrando e saindo, dela deitada entregue, me olhando, e eu mais forte, mais torto, tentando resistir, gemidos, ouvidos zumbindo, mão inchada, barriga expandindo e contraindo, cabeça rodando, respiração forte, metia, metia, força, rápido, metia, penumbras, gemidos mais altos, quase gritos, ela tentando me beijar, eu mais forte dentro dela, ela me puxando, mais rápido, ela me beijando, eu mais mole, ela apertando suas pernas nas minhas costas, mais forte, forte, forte, forte, forte, respiração falhando, olhos não querendo abrir, ela sussurrando baixinho vem, vem, vem, vem, vem e eu dentro dela, mais forte, mais rápido, mais, mais, formigamento, barriga, velas, flores, mais rápido, rápido, apito, falta me o ar, me unhava, mais rápido, me beijava, mais rápido, corpo mole, mais rápido, mais, mais, rápido, rápido, rápido, rapid, rápido, rápd, rádo, ráp´, rápido, rá, rá.

O grito do orgasmo rasgou o quarto, meus ouvidos fecharam, meu gozo explodiu dentro dela, as forças me faltaram, o formigamento tomou conta do corpo, não tinha controle nenhum sobre mim, respirava, gemia, gemia mais que respirava, meu corpo vibrava, meus olhos não abriam, pernas moles, suor, desabei em cima dela, colado ao seu corpo ainda quente fui respirando devagar, tentando recobrar os sentidos, gemia longo, grosso, respirava, zumbia, formigava, tato, sentidos, olfato, excitação, sexo, audição, suor, paladar, orgasmo, visão, corpos, sentidos, suor, velas, vinho, tangos, orgasmo, sexo, ofegante, rápido, forças, sons, inexprimíveis, amantes, adúlteros, homem, mulher, os dois entregues ali corpos nus estafados deitados sobre o outro.
Continua...

27 de novembro de 2007

# MADAME V

"As aventuras amorosas de Mr R"
Madame V
Continuei ali parado, estático imóvel não acreditava que esse encontro fosse acontecer muito menos no Jóquei e não podia acreditar que V pudesse ainda me desestabilizar justo eu o homem frio, calculista, metódico, inescrupuloso, encantador de mocinhas indefesas ganharia um cruzeiro pra cada vez que ouvi essas palavras, contudo a grande verdade é que não tinha tato para sentimentalidades nunca quis me envolver e agora minha cara de criança boba denunciava que já estava completamente envolvido.

Aquele domingo com certeza foi meu dia de sorte e contrariando os populares tive “sorte no jogo e sorte no amor”.

- Hã! Já falo até em amor! Que patético!

Acertei três páreos. O primeiro apostei uma pequena quantia em um cavalo que não ganhava há tempos, porém, uma vez campeão sempre campeão e galopando como louco ouvi seus trotes tilintarem junto com as cifras que garantiriam minha noite em “Sodoma”. Meu campeão vestia o número sete, meu número da sorte e tudo indicava que ela seria minha companheira naquele dia.

Estava próximo as raias e de lá podia ver a V rindo copiosamente ao lado de algumas mulheres da sociedade paulistana, por vezes nossos olhares se cruzavam e ela fingia que eu não estava ali, isso me excitava cada vez mais, não disfarçava meu desejo era por ela a devorava com os olhos, eles a perseguiam a cada passo, a cada sorriso, a cada nova inclinação para olhar as raias.

Entre um gole e outro conversava com algumas pessoas, distribuía meu cartão de visita e tentava me aproximar dela para mais um flerte, em um desses diálogos chatos ela desapareceu, sua grande especialidade sumir sem deixar rastro. Não me restava duvida meu termino de noite só poderia ser um local, minhas pequenas que me aguardem como um bom garanhão hoje eu quero copular.

Minha vida de detetive decadente a muito deixou o glamour dos romances policiais. Dr R, Mr R, Sr R independente do título ou sigla antes das minhas iniciais teria que escolher outro rumo para minha vida. O gênero policial vai ter que ganhar contornos nas linhas que vos escrevo, mas confesso que falta ainda conflitos nessa história, algumas gotas de sangue seriam necessárias tal como meu envolvimento com a pobre e indefesa protagonista que um dia adentrou meu bagunçado e se jogou em meus braços buscando proteção, pois é a vida real não é tão empolgante como nos romances. Pensei e repensei e talvez me arrisque no mundo das comunicações, “Jornalista” quiçá, tenho primos nos Diários da cidade e uma colocação me parece fácil e até vejo uma certa similaridade com minha atual ocupação, se esgueirar pelas ruas atrás da próxima noticia e relatar detalhes sórdidos de planos passionais, contudo ainda tenho tempo para definir meus novos rumos, por enquanto minha única preocupação é deixar tudo impecável para a tarde de sexta.

(Obs - Mr R: o parágrafo acima é desnecessário)

Vinte de quatro de novembro, sexta feira, o tempo está agradável, faz um sol ligeiro, uma brisa morna sopra do leste, no céu uma nuvem sequer, da escrivaninha do meu quarto do hotel vejo uma velha árvore do outro lado da rua, suas flores enfeitam a primavera e contrastam minhas reais intenções. Preparei tudo com muito esmero, na cama centrada no quarto lençóis brancos creo yo que de cetim, não entendo nada de panos, comprei apenas por causa do brilho, encapei as almofadas com um pano vermelho escuro. Na janela cortinas franzidas de um tom pérola quebram o rústico de uma decoração feita por um homem. Mulheres nuas emolduradas na parede, exibindo suas feições que convidavam pro sexo muito mais que suas genitálias. Espalhei algumas rosas vermelhas e brancas em vasos pela casa, algumas pétalas na cama tudo copiado de um velho filme, algumas velas de tamanhos diversos queimavam e no momento certo seriam o contraluz de corpos suados. O conhaque foi substituído por um velho vinho português, gelo, balde, pegador, taças todos apostos e com certeza me ajudariam a causar uma boa impressão. A vitrola empoeirada me deu muito trabalho, mas com paciência ela se pôs a rodar um tango, único que encontrei no apartamento, contudo, creio não escolheria algo mais apropriado para a ocasião, à sensualidade trágica e sussurradas dos hermanos conduziria o ritmo cadenciado na hora do sexo.

As 18:30 sentei-me no bar do hotel esperaria pela mulher que aguçou meus cinco sentidos. Pontualmente as 19:00 ela cruzou o saguão de entrada do hotel, a luz que vinha da rua só me permitia ver seus contornos. Ela trajava um vestido longo preto até o meio das canelas com um decote discreto as costas a mostras graças à corte em V exibiam sua pele branca, clarinha, o colo ficava evidente graça a um colar com pequenas pedras pequenas e delicadas, usava seus cabelos presos com um rabo de cavalo, pouquíssima maquiagem, pude notar apenas um batom rosa discreto e um pouco de pó nas maças do rosto. Seu traje discreto nunca denunciara o adultério que estava preste a acontecer. Levantei-me fui a sua direção, tomei sua mão e a beijei docemente, trocamos apenas duas palavras e um rápido sorriso. Seu desconforto era notório. Já no quarto liguei a velha vitrola e o silêncio foi quebrado pela quase opera, o chiado misturado com a voz rouca da cantante foi acalmando meus batimentos, retirei meu paletó e desabotoei as mangas da camisa, afrouxei o nó da gravata e servi a primeira dose de vinho.

- Ao primeiro!

Ela permanecia em silêncio, observava cada detalhe do quarto, aproximou-se de um maço de rosas e tentou sentir da flor pouco perfumada, em seguida um gole curto na taça de vinho, eu a observava e sem trocar uma só palavra lhe ofereci uma rosa branca, ela a aceitou, segurei sua mão e a puxei fazendo seu corpo vir ao meu encontro, deslizei as costas da minha mão por sua face e a beijei demoradamente, meu impulso por sexo deu lugar a uma calma que jamais sonhara ter. O beijo foi lento, minha língua queria desbravar cada pedacinho daquela boca, enquanto uma das minhas mãos estava no centro das suas costas a outra percorria delicadamente seu rosto, ela brincava com seus lábios, contornava sua orelha, podia sentir as pulsações de V, o arrepio que corria seus braços, aquela mulher forte e decidida do ultimo encontro agora estava indefesa, insegura, relutante em meus braços. O beijo foi ganhando força, agora sentia suas mãos apertarem minha cintura e aos poucos ela relaxar, era a vez da sua boca descobrir a minha, parecíamos apenas um naquele momento. Minha excitação era visível e a julgar pela sua respiração ofegante ela também me desejava, rodei os calcanhares e a passos largos a conduzi até a cama, ela se deixou cair e eu deitei por cima dela sem por um momento desviar meu olhar do seu, ela se ajeitou na cabeceira e repousou a cabeça sobre as almofadas, a olhei intensamente por minutos, quase não acreditando que ela estava ali, meus olhos diziam a ela essa tarde você será minha, a beijei intensamente, minha boca agora procurava descobrir outras partes do seu corpo, beijos leves contornava seu pescoço até chegar à orelha, mordi a ponta com força e soprei lento no seu ouvido, minha língua agora fazia o caminho inverso até seu queixo...
Continua...

12 de novembro de 2007

# MADAME V.

"As aventuras amorosas de Mr R"


Madame V.

Há tempos não vou ao Súbita e quem diria, foi em um encontro casual que a encontrei novamente. Estava a caminho do Jóquei, iria gastar uma pequena quantia em um páreo que viria a inflacionar minha conta bancaria. Vê-la fez com que desejos adormecidos despertassem com a volúpia de um vulcão que entra em erupção ... de alguém que acaba de descobri o orgasmo. Fazem três do nosso primeiro encontro e seus traços ainda eram os mesmo, o tempo deixou de agir para V e mesmo sendo uma comparação tosca e muita usada em folhetins, poderia afirmar que assim como os vinhos o tempo só fez bem a ela. Seus cabelos ainda vermelhos, rosto de menina, curvas acentuadas. Pensei que não mais a desejaria, até aquele momento.

- Olá!
- Oi.
- V, se não me falhe a memória.
- Isso.
- Não sabia do seu interesse por cavalos.
- Convivo com um.
- Te procurei por algum tempo. Você sumiu!
- Foi necessário.
- Não consigo me compreender.
- Por quê?
- Poderia ter qualquer mulher, mas por muito só desejei você.
- E não deseja mais?
- Pensava que não!
- E o que pensa agora?
- Que te quero nua!
- Direto gosto disso!
- Vai gostar muito mais, quando ficar comigo.

Nossa primeira batalha estava sendo travada ali naquele momento, olhos atentos, palavras pensadas, respostas displicentes, uma sentença errada e tudo poderiam acabar. Estava estimulado a continuar, mas quando pensava em desestruturá-la, suas respostas secas e diretas, me desnorteavam, mas o que fazer aquele não seria nosso ultimo encontro sairia de lá somente quando tivesse essa certeza.

Ela me olhou da cabeça aos pés como se procurasse algo. Senti seus dedos descendo pelos meus braços. Meu corpo estremeceu, o arrepio da minha pele era visível. Com a palma da mão aberta ela deslizou sobre meu púbis. Minha calça já denunciava a ereção latente, ela sorriu maldosamente.

- Homens!
- ã?
- Não tenho interesse em dissertar sobre o cio masculino.
- O que?
- Vou indo.
- Não, não sem falar sobre o nosso próximo encontro.
- Que encontro?
- O encontro que você me deve desde que correu de mim na boate.
- Ah! Você esta dizendo d’eu me entregar a você.
- Acho que...
- Quem sabe?
- Eu sei! Te quero e vou te ter!
- Nem pense em me beijar, como já fez outras vezes. Olhe para os lados, todos são meus amigos, ou melhor, amigos do meu marido e você poderia não voltar pra casa hoje.
- Não tenho medo.
- Deveria. Não do meu marido. Por que nesse suposto encontro eu posso te matar.
- Morreria feliz.
- Não duvide, sua morte seria lenta e demorada. Riria da sua cara de dor gostosamente.
- Hipoteticamente falando esse encontro aconteceria?
- Talvez, uma sexta qualquer, próximo as 19h00.
- E...
- Sim meu marido é um homem muito ocupado, com certeza estará trabalhando. Tenho minhas obrigações, jamais poderia chegar depois das 23 em casa,
- Uma pena, ser algo hipotético. Tenho uma suíte discreta no Hotel X.
- Realmente uma pena, conheço tal hotel, não teria problemas em estar lá em alguma sexta.
- Garanto que não faltarão oportunidades, devemos ter pelo menos 30 sextas feiras por ano.
- Mas não posso te encontrar essa sexta feira, sou uma mulher fiel.
- Chato! Só porque estarei hospedado nessa sexta feira no hotel que me referi.
- Preciso conversar com uma amiga. Prazer em revê-lo
- Uma boa tarde.

-Ah! Tem certeza que poderia ter a mulher que quisesse? Duvido!