10 de dezembro de 2007

Para ler ouvindo - Madave V - Gotan Project

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Para ler ouvindo Época - Gotan Project
ou os seguintes Tangos. (recomendado)

Assassin´s Tango – Joel Powell

Oblivion – Astor Piazolla e Milva
Tango Argentina - Astor Piazolla e Roberto Goye
Aplazado – Astor Piazolla
Balada para un Loco - Astor Piazolla

M.A.T.H – Gotan Project
La revancha del Tango – Gotan Project

La del Ruso - Gotan Project

Play e boa leitura
(conteudo inapropriado para menores de 18 anos)

# MADAME V

As aventuras amorosas de Mr R
Madame V.
(retomando)
Ela permanecia em silêncio, observava cada detalhe do quarto, aproximou-se de um maço de rosas e tentou sentir da flor pouco perfumada, em seguida um gole curto na taça de vinho, eu a observava e sem trocar uma só palavra lhe ofereci uma rosa branca, ela a aceitou, segurei sua mão e a puxei fazendo seu corpo vir ao meu encontro, deslizei as costas da minha mão por sua face e a beijei demoradamente, meu impulso por sexo deu lugar a uma calma que jamais sonhara ter. O beijo foi lento, minha língua queria desbravar cada pedacinho daquela boca, enquanto uma das minhas mãos estava no centro das suas costas a outra percorria delicadamente seu rosto, ela brincava com seus lábios, contornava sua orelha, podia sentir as pulsações de V, o arrepio que corria seus braços, aquela mulher forte e decidida do ultimo encontro agora estava indefesa, insegura, relutante em meus braços. O beijo foi ganhando força, agora sentia suas mãos apertarem minha cintura e aos poucos ela relaxar, era a vez da sua boca descobrir a minha, parecíamos apenas um naquele momento. Minha excitação era visível e a julgar pela sua respiração ofegante ela também me desejava, rodei os calcanhares e a passos largos a conduzi até a cama, ela se deixou cair e eu deitei por cima dela sem por um momento desviar meu olhar do seu, ela se ajeitou na cabeceira e repousou a cabeça sobre as almofadas, a olhei intensamente por minutos, quase não acreditando que ela estava ali, meus olhos diziam a ela essa tarde você será minha, a beijei intensamente, minha boca agora procurava descobrir outras partes do seu corpo, beijos leves contornava seu pescoço até chegar à orelha, mordi a ponta com força e soprei lento no seu ouvido, minha língua agora fazia o caminho inverso até seu queixo.
Entre beijos e mordidas fui deslizando a parte inferior dos meus lábios por seu colo, minhas mãos já escorregavam por suas pernas, subindo pela parte interna de suas coxas, fui sentindo sua respiração ficar cada vez mais rápida, a cada centímetro percorrido subia seu vestido. Pude sentir seu corpo estremecer e ela contrair as pernas tentando camuflar a excitação, minha mão alcançou sua vagina, aquele monte de roupas já nos atrapalhavam e controlavam nossos movimentos.

Sentei na cama, ela se levantou e me beijou, suas mãos apertavam forte meus braços, um a um ela desabotou os botões da minha camisa, para cada casa aberta recebia um beijo na área desnuda, os arrepios subiam cada vez mais forte pela espinha, vi minha camisa ser atirada para um canto do quarto, ela me olhou sorriu e me empurrou com tudo na cama. Deitado senti sua língua correr meus peitos, minha barriga, meu púbis, a olhei e ela retribuiu o olhar, mas com uma cara de safada que me fez quase chegar ao orgasmo. Seus dedos passeavam pela minha boca, meu corpo tremia a cada beijo, ela desabotou minha calça e começou a retira-la, minha cueca foi a próxima a voar pelo quarto. V começou beijando minha canela, subindo pelo joelho, ela apertava meus peitos enquanto subia pelas minhas coxas. Como se não esperasse, fechei os olhos e senti sua boca encontrar meu pênis, meu corpo já se contorcia, tentava respirar fundo e pausado, mas fui traído mais uma vez, a respiração ficava cada mais intensa, mais rápida, mais ruidosa, sentia sua língua molhada engolir minha glande, não pensava, não conseguia pensar, a música virou zumbido em meu ouvido, um frio percorria minha barriga, meus pés formigavam, meu coração está cada vez mais descompassado, explodiria a qualquer momento. Ela me olhava todo mole a sua frente e ria maldosamente. Sua boca subindo e descendo, sua língua agarrada ao meu pênis, a sucção cada vez mais intensa, eu latejando dentro da sua boca, a respiração ofegante, o prazer latente, o ar faltando, o corpo se contorcendo e ela me beijando ininterruptamente. Já não agüentava mais afastei violentamente sua boca de mim e a puxei. A beijei com tamanha violência que quase lhe faltou o ar, ouvia seus suspiros, ofegante, quente, suada, imersa, entregue, amante, mulher.

Agora seria minha vez de retribuir o carinho, mais uma vez sentados na cama baixei o zíper do seu vestido e sem nenhuma dificuldade a despi, por baixo do vestido apenas uma lingerie branca, pequena, rendada. Sua pele branca, lisa, macia, do umbigo desciam pequenos pelos loiros até a vagina. Os bicos dos peitos rosados, grandes, duros denunciavam a excitação. Poderia admirá-la por dias, assim nua em pêlo na minha frente.

A deitei de bruço, afastei seu cabelo e como um vampiro ataquei seu pescoço fazendo seu corpo se torcer forte para o alto se soltando relaxado em cima da cama, a cada beijo em sua nuca ouvia seu suspiro abafado. Lentamente e porque não dizer maldosamente fui soprando sua coluna até chegar em suas nádegas, a palma da minha mão pressionava suas costas tentando descer e acompanhar minha boca, mordia sua bunda, apertava suas costelas, beijava suas coxas, lambia suas costas, deixava o peso do meu corpo sobre suas pernas, soprava lento no seu ouvido, mordia sua orelha, mordia suas costas, mordia as batatas da sua perna, minha língua percorria de cima a baixo seu corpo. O destino proibido lá estava uma das minhas mãos tentando romper a barreira da calcinha que ainda estava em seu corpo, eu alisava sua vagina por cima da calcinha e sentia meu corpo se contorcer em minhas mãos, ela já estava molhada e o cheiro de sexo anunciado começa a se misturar com o quarto. Com um dedo de cada lado de sua cintura fui retirando a lingerie a te não mais cobrir suas vergonhas, sem cerimônias meus dedos foram diretos até sua vagina quente, úmida, apertada, V afastou as pernas e se abriu para me receber, mas estava disposto a brincar um pouco mais.

Meu dedo já inteiro dentro da sua vagina sentiam a pressão de uma mulher louca pelo sexo. Eles entravam e saiam com força cada vez mais rápidos, mais molhados, mais quentes, podia sentir cada veia, cadê pedacinho do seu corpo em minhas digitais, ela já estava entregue ao prazer, suspirava fundo, respirava cada vez mais ofegante, clamava pela minha mão.

Não pensei muito a virei abri suas pernas seria sua vez de ser chupada. Minha língua desbravaria lábios, grandes lábios, clitóris, sentiria o gosto salgado de V a cada nova parte que ela chegasse. Freneticamente pressionava seus lábios, invadia sua vagina, beijava seu clitóris, subia, descia, circulava, pressionava, escorria, mordia, chupava se misturava a um turbilhão de sensações, sentia seu corpo se entregar ao prazer, suas mãos entrelaçadas as minhas, suas costas cada vez mais inclinada, suas coxas pressionando minha cabeça, seus gemidos saltando desesperado pela boca ora confundidos com sussurros, gritos mudos, respiração forte e minha boca ali brincando maldosamente. Ela explodia a cada segundo, denunciava o coito, apertava mais minha cabeça ao encontro dela, minha língua estava ali disposta a descobrir cada centímetro daquela mulher.

Subi rapidamente ao encontro de sua boa, a beijei longamente, seu suor já se misturava ao meu, introduzi meu pênis e ouvi um gemido forte, ela me abraçou, um suspiro lento saltou de seus lábios, agora éramos um só corpo, suas mãos apertavam minhas costas, sentia suas unhas abrirem sulcos até chegarem a minha bunda, com força ela a apertou, um misto de prazer e dor me invadiu a face rasgado pelo meu sorriso sacana que cadenciaria nossa primeira tarde de amor.

Lentamente meu pênis entrava e saia, sentia sua vagina se contorcer o chamando, o cheiro de sexo era cada vez mais forte, ácido, junto com as velas queimadas e flores que enfeitavam o quarto. A preenchia a cada nova estocada, fui ganhando ritmo e velocidade a cada novo movimento, por vezes parava e a beijava, em seus olhos podia sentir o prazer, não nos falávamos, qualquer palavra seria impronunciável, cada vez mais rápido via seu rosto ganhar contornos de prazer, suávamos, nossos corpos colados ganhavam força, se perdiam em gemidos contidos, abafados, gritados no ouvido, ela apertava cada vez mais sua vagina contra o meu púbis, puxava seu corpo ao meu encontro, contorcia a barriga e eu ali em cima dela concentrado em receber prazer, naquele vai e vem, entre e sai, frenético loco, impensado por dois adúlteros entregues imersos ao sexo.

As forças começaram a me faltar, a visão ficava cada vez mais turva, novamente o zumbido tomava conta do meu ouvido, dessa vez com mais força não só o ouvia podia sentir vibrar, meu corpo formigava, teve inicio nos pés e subia rapidamente. A cada momento metia nela com mais força e com mais força, mais rápido, a sentia estremecer junto comigo, sua vagina cada vez mais relaxada, mais quente, mais úmida, sua respiração quase faltante, o formigamento subindo, coração na boca, boca seca, olhos fechados, lábios entre mordidos, cerrados, mãos suando, braços fracos, ouvindo vibrando, respiração rápida, curta, desconexão entre pensamentos e ações e cada vez mais rápido, ela me pressionando contra seu corpo, atos falhos, respiração acelerada, gemidos altos no ouvido, meu pênis entrando e saindo, dela deitada entregue, me olhando, e eu mais forte, mais torto, tentando resistir, gemidos, ouvidos zumbindo, mão inchada, barriga expandindo e contraindo, cabeça rodando, respiração forte, metia, metia, força, rápido, metia, penumbras, gemidos mais altos, quase gritos, ela tentando me beijar, eu mais forte dentro dela, ela me puxando, mais rápido, ela me beijando, eu mais mole, ela apertando suas pernas nas minhas costas, mais forte, forte, forte, forte, forte, respiração falhando, olhos não querendo abrir, ela sussurrando baixinho vem, vem, vem, vem, vem e eu dentro dela, mais forte, mais rápido, mais, mais, formigamento, barriga, velas, flores, mais rápido, rápido, apito, falta me o ar, me unhava, mais rápido, me beijava, mais rápido, corpo mole, mais rápido, mais, mais, rápido, rápido, rápido, rapid, rápido, rápd, rádo, ráp´, rápido, rá, rá.

O grito do orgasmo rasgou o quarto, meus ouvidos fecharam, meu gozo explodiu dentro dela, as forças me faltaram, o formigamento tomou conta do corpo, não tinha controle nenhum sobre mim, respirava, gemia, gemia mais que respirava, meu corpo vibrava, meus olhos não abriam, pernas moles, suor, desabei em cima dela, colado ao seu corpo ainda quente fui respirando devagar, tentando recobrar os sentidos, gemia longo, grosso, respirava, zumbia, formigava, tato, sentidos, olfato, excitação, sexo, audição, suor, paladar, orgasmo, visão, corpos, sentidos, suor, velas, vinho, tangos, orgasmo, sexo, ofegante, rápido, forças, sons, inexprimíveis, amantes, adúlteros, homem, mulher, os dois entregues ali corpos nus estafados deitados sobre o outro.
Continua...

27 de novembro de 2007

# MADAME V

"As aventuras amorosas de Mr R"
Madame V
Continuei ali parado, estático imóvel não acreditava que esse encontro fosse acontecer muito menos no Jóquei e não podia acreditar que V pudesse ainda me desestabilizar justo eu o homem frio, calculista, metódico, inescrupuloso, encantador de mocinhas indefesas ganharia um cruzeiro pra cada vez que ouvi essas palavras, contudo a grande verdade é que não tinha tato para sentimentalidades nunca quis me envolver e agora minha cara de criança boba denunciava que já estava completamente envolvido.

Aquele domingo com certeza foi meu dia de sorte e contrariando os populares tive “sorte no jogo e sorte no amor”.

- Hã! Já falo até em amor! Que patético!

Acertei três páreos. O primeiro apostei uma pequena quantia em um cavalo que não ganhava há tempos, porém, uma vez campeão sempre campeão e galopando como louco ouvi seus trotes tilintarem junto com as cifras que garantiriam minha noite em “Sodoma”. Meu campeão vestia o número sete, meu número da sorte e tudo indicava que ela seria minha companheira naquele dia.

Estava próximo as raias e de lá podia ver a V rindo copiosamente ao lado de algumas mulheres da sociedade paulistana, por vezes nossos olhares se cruzavam e ela fingia que eu não estava ali, isso me excitava cada vez mais, não disfarçava meu desejo era por ela a devorava com os olhos, eles a perseguiam a cada passo, a cada sorriso, a cada nova inclinação para olhar as raias.

Entre um gole e outro conversava com algumas pessoas, distribuía meu cartão de visita e tentava me aproximar dela para mais um flerte, em um desses diálogos chatos ela desapareceu, sua grande especialidade sumir sem deixar rastro. Não me restava duvida meu termino de noite só poderia ser um local, minhas pequenas que me aguardem como um bom garanhão hoje eu quero copular.

Minha vida de detetive decadente a muito deixou o glamour dos romances policiais. Dr R, Mr R, Sr R independente do título ou sigla antes das minhas iniciais teria que escolher outro rumo para minha vida. O gênero policial vai ter que ganhar contornos nas linhas que vos escrevo, mas confesso que falta ainda conflitos nessa história, algumas gotas de sangue seriam necessárias tal como meu envolvimento com a pobre e indefesa protagonista que um dia adentrou meu bagunçado e se jogou em meus braços buscando proteção, pois é a vida real não é tão empolgante como nos romances. Pensei e repensei e talvez me arrisque no mundo das comunicações, “Jornalista” quiçá, tenho primos nos Diários da cidade e uma colocação me parece fácil e até vejo uma certa similaridade com minha atual ocupação, se esgueirar pelas ruas atrás da próxima noticia e relatar detalhes sórdidos de planos passionais, contudo ainda tenho tempo para definir meus novos rumos, por enquanto minha única preocupação é deixar tudo impecável para a tarde de sexta.

(Obs - Mr R: o parágrafo acima é desnecessário)

Vinte de quatro de novembro, sexta feira, o tempo está agradável, faz um sol ligeiro, uma brisa morna sopra do leste, no céu uma nuvem sequer, da escrivaninha do meu quarto do hotel vejo uma velha árvore do outro lado da rua, suas flores enfeitam a primavera e contrastam minhas reais intenções. Preparei tudo com muito esmero, na cama centrada no quarto lençóis brancos creo yo que de cetim, não entendo nada de panos, comprei apenas por causa do brilho, encapei as almofadas com um pano vermelho escuro. Na janela cortinas franzidas de um tom pérola quebram o rústico de uma decoração feita por um homem. Mulheres nuas emolduradas na parede, exibindo suas feições que convidavam pro sexo muito mais que suas genitálias. Espalhei algumas rosas vermelhas e brancas em vasos pela casa, algumas pétalas na cama tudo copiado de um velho filme, algumas velas de tamanhos diversos queimavam e no momento certo seriam o contraluz de corpos suados. O conhaque foi substituído por um velho vinho português, gelo, balde, pegador, taças todos apostos e com certeza me ajudariam a causar uma boa impressão. A vitrola empoeirada me deu muito trabalho, mas com paciência ela se pôs a rodar um tango, único que encontrei no apartamento, contudo, creio não escolheria algo mais apropriado para a ocasião, à sensualidade trágica e sussurradas dos hermanos conduziria o ritmo cadenciado na hora do sexo.

As 18:30 sentei-me no bar do hotel esperaria pela mulher que aguçou meus cinco sentidos. Pontualmente as 19:00 ela cruzou o saguão de entrada do hotel, a luz que vinha da rua só me permitia ver seus contornos. Ela trajava um vestido longo preto até o meio das canelas com um decote discreto as costas a mostras graças à corte em V exibiam sua pele branca, clarinha, o colo ficava evidente graça a um colar com pequenas pedras pequenas e delicadas, usava seus cabelos presos com um rabo de cavalo, pouquíssima maquiagem, pude notar apenas um batom rosa discreto e um pouco de pó nas maças do rosto. Seu traje discreto nunca denunciara o adultério que estava preste a acontecer. Levantei-me fui a sua direção, tomei sua mão e a beijei docemente, trocamos apenas duas palavras e um rápido sorriso. Seu desconforto era notório. Já no quarto liguei a velha vitrola e o silêncio foi quebrado pela quase opera, o chiado misturado com a voz rouca da cantante foi acalmando meus batimentos, retirei meu paletó e desabotoei as mangas da camisa, afrouxei o nó da gravata e servi a primeira dose de vinho.

- Ao primeiro!

Ela permanecia em silêncio, observava cada detalhe do quarto, aproximou-se de um maço de rosas e tentou sentir da flor pouco perfumada, em seguida um gole curto na taça de vinho, eu a observava e sem trocar uma só palavra lhe ofereci uma rosa branca, ela a aceitou, segurei sua mão e a puxei fazendo seu corpo vir ao meu encontro, deslizei as costas da minha mão por sua face e a beijei demoradamente, meu impulso por sexo deu lugar a uma calma que jamais sonhara ter. O beijo foi lento, minha língua queria desbravar cada pedacinho daquela boca, enquanto uma das minhas mãos estava no centro das suas costas a outra percorria delicadamente seu rosto, ela brincava com seus lábios, contornava sua orelha, podia sentir as pulsações de V, o arrepio que corria seus braços, aquela mulher forte e decidida do ultimo encontro agora estava indefesa, insegura, relutante em meus braços. O beijo foi ganhando força, agora sentia suas mãos apertarem minha cintura e aos poucos ela relaxar, era a vez da sua boca descobrir a minha, parecíamos apenas um naquele momento. Minha excitação era visível e a julgar pela sua respiração ofegante ela também me desejava, rodei os calcanhares e a passos largos a conduzi até a cama, ela se deixou cair e eu deitei por cima dela sem por um momento desviar meu olhar do seu, ela se ajeitou na cabeceira e repousou a cabeça sobre as almofadas, a olhei intensamente por minutos, quase não acreditando que ela estava ali, meus olhos diziam a ela essa tarde você será minha, a beijei intensamente, minha boca agora procurava descobrir outras partes do seu corpo, beijos leves contornava seu pescoço até chegar à orelha, mordi a ponta com força e soprei lento no seu ouvido, minha língua agora fazia o caminho inverso até seu queixo...
Continua...

12 de novembro de 2007

# MADAME V.

"As aventuras amorosas de Mr R"


Madame V.

Há tempos não vou ao Súbita e quem diria, foi em um encontro casual que a encontrei novamente. Estava a caminho do Jóquei, iria gastar uma pequena quantia em um páreo que viria a inflacionar minha conta bancaria. Vê-la fez com que desejos adormecidos despertassem com a volúpia de um vulcão que entra em erupção ... de alguém que acaba de descobri o orgasmo. Fazem três do nosso primeiro encontro e seus traços ainda eram os mesmo, o tempo deixou de agir para V e mesmo sendo uma comparação tosca e muita usada em folhetins, poderia afirmar que assim como os vinhos o tempo só fez bem a ela. Seus cabelos ainda vermelhos, rosto de menina, curvas acentuadas. Pensei que não mais a desejaria, até aquele momento.

- Olá!
- Oi.
- V, se não me falhe a memória.
- Isso.
- Não sabia do seu interesse por cavalos.
- Convivo com um.
- Te procurei por algum tempo. Você sumiu!
- Foi necessário.
- Não consigo me compreender.
- Por quê?
- Poderia ter qualquer mulher, mas por muito só desejei você.
- E não deseja mais?
- Pensava que não!
- E o que pensa agora?
- Que te quero nua!
- Direto gosto disso!
- Vai gostar muito mais, quando ficar comigo.

Nossa primeira batalha estava sendo travada ali naquele momento, olhos atentos, palavras pensadas, respostas displicentes, uma sentença errada e tudo poderiam acabar. Estava estimulado a continuar, mas quando pensava em desestruturá-la, suas respostas secas e diretas, me desnorteavam, mas o que fazer aquele não seria nosso ultimo encontro sairia de lá somente quando tivesse essa certeza.

Ela me olhou da cabeça aos pés como se procurasse algo. Senti seus dedos descendo pelos meus braços. Meu corpo estremeceu, o arrepio da minha pele era visível. Com a palma da mão aberta ela deslizou sobre meu púbis. Minha calça já denunciava a ereção latente, ela sorriu maldosamente.

- Homens!
- ã?
- Não tenho interesse em dissertar sobre o cio masculino.
- O que?
- Vou indo.
- Não, não sem falar sobre o nosso próximo encontro.
- Que encontro?
- O encontro que você me deve desde que correu de mim na boate.
- Ah! Você esta dizendo d’eu me entregar a você.
- Acho que...
- Quem sabe?
- Eu sei! Te quero e vou te ter!
- Nem pense em me beijar, como já fez outras vezes. Olhe para os lados, todos são meus amigos, ou melhor, amigos do meu marido e você poderia não voltar pra casa hoje.
- Não tenho medo.
- Deveria. Não do meu marido. Por que nesse suposto encontro eu posso te matar.
- Morreria feliz.
- Não duvide, sua morte seria lenta e demorada. Riria da sua cara de dor gostosamente.
- Hipoteticamente falando esse encontro aconteceria?
- Talvez, uma sexta qualquer, próximo as 19h00.
- E...
- Sim meu marido é um homem muito ocupado, com certeza estará trabalhando. Tenho minhas obrigações, jamais poderia chegar depois das 23 em casa,
- Uma pena, ser algo hipotético. Tenho uma suíte discreta no Hotel X.
- Realmente uma pena, conheço tal hotel, não teria problemas em estar lá em alguma sexta.
- Garanto que não faltarão oportunidades, devemos ter pelo menos 30 sextas feiras por ano.
- Mas não posso te encontrar essa sexta feira, sou uma mulher fiel.
- Chato! Só porque estarei hospedado nessa sexta feira no hotel que me referi.
- Preciso conversar com uma amiga. Prazer em revê-lo
- Uma boa tarde.

-Ah! Tem certeza que poderia ter a mulher que quisesse? Duvido!

4 de novembro de 2007

MADAME V.

As aventuras amorosas de mr R

Madame V.


Tic...
17:00, perdi a conta de quantas vezes procurei respostas no relógio.
Tac...
17:08, os minutos são sufocantes.
Tic...
17:20, maldito o homem que fracionou o tempo.
Tac...
17:39, prometo não olhar mais para os tics.

O som do relógio me enlouqueceria, minha batalha particular contra a ansiedade a muito estava perdida. Nesse duelo de tacs, o tempo joga sujo, lento, devagar, sufocando, rindo de mim a cada milionésimo de segundos. Convenções. Ah! CONVENÇÕES pra que te – las. Os minutos sãos cruéis tripudiam de mim, posso vê-los saltando da parede e rirem na minha cara.

Você perdeu!
Você é meu refém!
Sua risada não é malévola, não grave muito menos aguda, seu sorriso é malicioso, me olha displicente, goza de mim.

Nunca desejei tanto por um número exato que não fosse as cifras do meu morto tio. 20:00 horas o relógio continuaria me atormentando até as 20:00 horas. Vou parar por aqui, já me faltam palavras pra descrever minha impaciência.

17:40, ouço o barulho do assoalho rangendo a cada passo meu.
17:42, o cheiro da poeira me incomoda.
17:45.
18:00.
18:09

Não consigo controlar o suor das minhas mãos. Minha testa franzida lembra a persiana que abri e fechei inúmeras vezes. Minhas mãos teimam em bagunçar o meu cabelo. Traac! Traac! Um a um meus dedos são estalados. Parararararararara tamborilam a mesa meus dedos. Tic tac, o silêncio berra ao meu ouvido. Tic tac a mosca zuni tranqüila pela sala. Tic tac meus pés dançam impacientes. Tic Tac afrouxo o nó da gravata. Tic a rua continua deserta. Tac a porta range. Tic releio o jornal. Tic Tac empurro meu corpo na cadeira. Tic tac tic escuto meu coração pulsar. Tic tac

CHEGAAAA!!!

Desci dois lances de escada e lá estava ela, enchendo meu pulmão de ar, entupindo meus ouvidos de timbres, e a caminho do Súbita pararia em outro bar e esperaria que meu mais íntimo amigo abrisse as portas. Na rua a loucura cronometrada não mais teria uma vítima.

O movimento das pessoas inertes ao meu problema, fez com que eu não sentisse a hora passar. Olhar para cada uma delas e criar uma história era o que eu fazia melhor. Lá vai o pai de família apressado para encontrar a vizinha. Aquele menino não engana foi ele quem quebrou a vidraça do senhor da esquina. Recata, sim eu também sou. 21:30 marcava o relógio, tomei meu ultimo gole, alinhei-me com um lord e percorri calmamente a estrada dos tijolos de ouro.

Sentado mais uma noite no mesmo lugar, tentei ser paciente, mas a cada novo ruído meu corpo inteiro se virava pra porta. Nessa noite não beberia, tinha que manter a sanidade até a sua chegada que não aconteceu. 1:00 hora cansado de esperar e sem paciência para minhas pequenas, levantei-me e subiria sozinho pela Augusta que fervia sexo. Os convites das putas por vezes eram tentadores mas não tinha animo para qualquer tipo de flerte.

Ao dobrar a esquina da Av Paulista esbarro em uma moça que andava de cabeça baixa. Nosso encontro repentino a fez deixar cair sua bolsa. Abaixei para pega-la, mas ela foi mais rápida do que eu e inexplicavelmente tentou correr. Nesse momento meu instinto falou mais rápido, queria me desculpar, segurei-a pelo braço. Irritada, quando começou a esbravejar reconheci aquela boca que havia me beijado dois dias atrás. Por mais clichê que possa ter sido, esse foi nosso segundo encontro.

- Você! Qual o seu nome?
- V.
- V?
- V!!!
- Não me interessa seu nome. Me interessa você. Por que fugiu aquele dia?
- Não posso conversar.
- Espera!
- Tenho que ir.

Pude notar em sua mão esquerda uma aliança fina e dourada, e que apunhalava sem dó minhas esperanças.

- 1 minuto! Não consegui pensar em outra coisa a não ser você.
- Estou com pressa, já deveria estar em casa.
- Eu te acompanho.
- Não!
- É perigoso e agente pode conversar no caminho.
- Não tenho medo e não tenho nada pra conversar. Tchau!
- Espera.

A puxei e antes mesmo que ela pudesse esboçar qualquer reação a beijei.

- Meu cartão. Tem o endereço do meu escritório, me procura.

Sem olhar para trás aquela ilustre desconhecida, carrasca de sentimentos alheios, não se estremeceu com meu beijo, não me olhou nos olhos, apenas disse tchau e tomou o caminho de casa. Não entendo por que não a segui. Fiquei imóvel, estático paralisado junto com a Paulista deserta, vendo-a sumir. Entenderia ali naquele momento o que paixão, meus atos até esse momento só poderiam ser de um homem apaixonado, incapaz de ser racional e com apenas uma ponta de remorso, pois, começava a entender os maridos histéricos, as esposas chorosas que procuravam seu escritório. Empatia. Pela primeira vez essa palavra teve algum significado.

Pensei que aquele cartão seria meu elo de ligação com aquela desconhecida que teimava em me visitar durante os sonhos. Confesso! Desde nosso primeiro encontro estou enfeitiçado. Aquele pequeno pedaço de papel que continha meu nome, meu endereço e minhas esperanças, era minha chance de te-la ao meu lado mais uma vez. 5 meses de idas ao Súbita, milhares de doses de conhaques, infinitos Tic´s Tac´s, caminhas noturnas pela Augusta com a Paulista. E nem sinal dela.

- Grande detetive eu sou!



continua...

9 de outubro de 2007

MADAME V.

"As aventuras amorasas de Mr R"
Madame V.
Retornei ao meu lugar calmamente, um sorriso (malicoso) debochado, creio que seja a palavra correta, invadiu meu rosto. Pedi outra dose de conhaque. Meus pensamentos eclodiam a cada gole. Permaneci ali estático, a minha frente uma moça jovem exibia suas curvas, dançava freneticamente em cima do palco. Pedia para ser devorada aquela noite, suplicava pelos olhares masculinos.

Continuei sentando, ouvindo meus pensamentos que se confundiam com a música alta. Ela desceu do palco, desviou dos cachorros extasiados, buscava a porta de entrada do camarim do salão. Passou ao meu lado. Segurei seu braço. Puxei seu corpo de encontro ao meu. Beijei a intensamente. Ela esboçou uma reação. Apertei com força seu braço. Beijei-a com mais vontade. Atenderia o seu pedido aquela noite, a devoraria.

Não sei como cheguei em casa, mas o sol se encarregou de me acordar, o relógio marcava 13:00 horas. Uma hora da tarde, minha cabeça doía. Estava nu e as marcas de unha nas minhas costas denunciavam a noite anterior.
Quem foi que acendeu o sol?
Diminuía o volume. Por favor!
No banheiro lavei meu rosto, olhei novamente minhas costas, agradeci ao meu amigo e tive a certeza que não foi um sonho. Água e resto de comida mofada era o que tinha na geladeira, o jeito seria comer fora mais uma vez. Ah conhaque! O que seria de mim sem você? Me servi generosamente. Observava a rua da janela da minha sala. Ah! Avenida Paulista um pequeno retrato de São Paulo. Alguns escritórios já começavam a se instalar por aqui, os transeuntes desbravavam apressadamente de um lado para o outro. Quinta feira eles imersos em suas responsabilidades e eu ainda nu na sala de casa. Viva a boa alma do meu tio! Viva!
Que noite!
Aquela dançarina com certeza não sairia dos meus mais puros e futuros desejos.
Contudo meu primeiro encontro ainda teimava em aparecer em flash’s na minha cabeça.
Viva a vida!
Um brinde a quinta feira!
O que mais eu posso querer?!
Viva!
Masturbei-me tentando lembrar da noite anterior e acabei pegando no sono.


Ajeitei a camisa, chapéu na cabeça, olhei no espelho e coloquei-me a caminho do meu novo único destino “O Súbita”. Já eram 23:00 horas, como dormi bem! O cenário da caminhada: Néons, prédios, árvores, prostitutas, céu nublado, vento fraco, prostitutas, néons, bêbados caídos, calhambeques vistosos, casas, casas e mais casas, descer a Augusta era como um ritual caminhava devagar, observava, absorvia cada pequeno.

- Boa noite R
- Buenas Chico
- ¿ O que desea ?
- Uma botella de conhaque!
- ¿ Alguna chica nueva ?
- No!
- Isso daqui não muda nunca!
- Perguntaram por você hoje
- Quem?
- Não sei
- Como você não sabe?!!!
- Não sabendo! Ela veio até aqui...
- Ela!!!
- Isso ela veio até aqui e perguntou sobre o homem da noite anterior que estava sentando nesse mesmo lugar.
- Quem era ela? Deixou nome? Um cartão? Algum bilhete?
- Olha ela ali!
- Onde?
- Ali!
- Onde?
- Em cima do palco dançando!
- Ela!
- Sim ela!
- Quer gelo?
- Não! Ela trabalha aqui e você não sabe quem é ela! Cada uma! Mais alguém perguntou por mim?
- Não! Pelo menos, não pra mim.
- Alguém diferente no bar?
- Acho que não.
- Não! Não mesmo!
- Ah!
- Ah, o que?
- Aquela moça que estava com você ontem esteve aqui.
- Esteve?
- Você é surdo?
- Surdo? Eu? Por quê?
- Fica perguntando por uma coisa que eu acabei de falar, parece doido. Sim, ela! Ela esteve, sentou tomou alguma coisa esperou por alguém e foi embora.
- Não acredito!
- Vai tomar uma garrafa sozinho?
- A que horas ela esteve aqui?
- Por volta das 9:00.
- Sim vou tomar a garrafa.

A partir daquele momento não consegui diferenciar uma única vogal, pra mim todas as palavras tornaram-se inaudíveis. Ela havia voltado e isso era a única coisa que me interessava. Amanha! Amanha a encontrarei novamente. Restava apenas me divertir um pouco mais naquela noite. Não preciso nem dizer quem será minha companheira nesta noite.

27 de agosto de 2007

Peço licença, e interrompo por um breve momento a história da Madame V para publicar um texto diferente e muito confuso, porem pertinente ao tema do blog, "descrever as pendengas relacionadas ao meu mundo sentimental".
Em breve retorno com Madame V.
Obrigado pelas visitas, comentarios, cobranças e incentivo.
(Um dica, para não perder o ritmo e raciocio leia o texto abaixo pulando alguns comentarios entre parênteses)

Caras leitoras...

DESABAFO
Pode parecer grosseiro e até mesmo descabido, você poderia utilizar inúmeros adjetivos para comentar um texto que tenha chamar a atenção logo no seu primeiro parágrafo. Mas cabe aqui uma pequena correção, não é um texto e sim um desabafo.

Um único pedido: leia e tente não me interromper, perguntas por ventura usadas são retóricas, tão logo suas respostas cabem apenas aos devaneios de um texto pensado antes de dormir, nesses momentos de teto branco.

Esta cada vez mais difícil ser homem (com H maiúsculo como diria minha vó) nesse mundo moderno, globalizado e sem fronteiras. A linha tênue entre as relações pertinentes masculino feminino estão cada vez mais abstrusas de serem desvendadas e a tentativa de serem compreendidas a muito foi deixada de lado por esse que vós escreve.

Filosofia de botequim a parte (mais uma cerveja por favor). Questiono-me diariamente como conquistar, agradar, enaltecer, sublimar, louvar, exaltar, altear, gabar a mulher antenada e plugada do século XXI.

Antes os galanteios eram premissas comuns para que pudéssemos desposar tais donzelas. Mas no mundo hipertextual, o cavalheirismo e pieguismo por muito cobrado, hoje já não agrada grande parte das mulheres (mas uma vez a linha tênue). Flores, bombons, serenatas são apenas bonitos em filmes e ocasiões nunca explicitas pelo sexo feminino. (Vale um parêntese, a cobrança e ou pedido de só realizado quando o namoro vizinho causa inveja) A mulher atual é pratica, não gosta de rodeios e romantismos (e o homem romântico é tido como espécie em extinção).

Quando em lugares apropriados somos impedidos de exercer nossa masculinidade, carteiras são abertas e cartões de créditos tilintantes teimam e dividir as despesas, (nos tiraram o direito de ser cavalheiro) e esse é apenas um exemplo.

Por muito fomos taxados de insensíveis, mas agora que lemos todas as dicas da Claudia, Mari Clarie, Menshealt e cia. (até mesmo o Muleburra.com) e nos tornamos homens sensíveis, e contrariando (mais concordando do que contrariando) o Frejat: Homen chora por dor e por amor e sempre passa pela cabeça pedir perdão.
As películas românticas foram substituídas pelo terror japonês e não adianta indicar na fila do cinema o interesse por filmes água com açúcar.
Esta cada vez mais difícil ser o homem ideal (aquele que mamãe pediu a Deus). Quando ligamos não deveríamos ter ligado, se não discutimos somos e porque estávamos errado, mas se tentamos discutir (vixi, nem me atrevo a dizer, corro o risco de perder o pescoço, em uma esquina qualquer).
Educado, carinhoso, companheiro são características pretendidas apenas no papel (nem adianta dizer o contrário, vai, engole logo essa expressão de argumentação e baixa esse dedo). Eu ouvi, com esses ouvidos que a mãe Terra um dia vai transformar em adubo.

- “Ai, ele é legal, ele é um fofo, ele é carinhoso, ele é bunitinho, ele me mima, ele me manda mensagens de madrugada, ele é perfeito. Mas falta algo! Ai num sei, ele faz de tudo pra me agradar, me escuta, me apóia, tenta ser engraçado, minha mãe adora ele, meu pai passa horas conversando com ele. Mas ai, num sei. Sabe. Falta algo. Ele beija bem sim, sabe usar as mãos como poucos. Mas mesmo assim ainda num sei. Até queria gostar dele. Mas num sei. To ficando! Vou continuar ficando! Mas num sei. Perfeito de mais, grundentinho, romantiquinho, bonzinho de mais” Falta química”. (matemática, história, português, ciências...)

- “O outro, aquele num vale nada, te contei o que ele fez ontem, e ainda me liga com aquela voz cínica, dizendo que vai mudar, que agora é pra valer, que ele é um novo homem, ai num sei, será que dou outra chance, ele tem alguma coisa que me deixa loca, ta certo que é um galinha, que só me leva pra sair depois de muita briga, mas aquela barbinha mal feita eu não resisto. Por que ele num é diferente? Já penso se ele fosse diferente (igual ao de cima). Ai nem quero pensar. Ia ser um porre.”

Cansei (e não é movimento politizado e burguês) de ler nos anúncios: Gostaria que encontrar um homem sincero, inteligente e extrovertido. Mas a sinceridade nunca deve ser dita em voz alta. Decotes, mini saias são sensuais (e adoramos) mas não devem ser questionados em um passeio ao shopping, muito menos devemos nos zangar com os flertes de outros predadores sobre nossas pequenas. Mas se dizemos inadequados para tais passeios, somos alvejados com o timbre estridente NEM MEU PAI PROIBI, sem contar com a inúmeras vezes que afirmamos estar pensando em nada e somos metralhados por duvidas e olhares. Por favor, não me pergunte se esta bonita, gorda, bem arrumada, o que for! Porque se não estiver eu vou dizer, pode não ser com palavras mas a expressão sempre denuncia tais deslizes. Se não quer minha opinião, por favor não me pergunte também (vamos evitar brigas), não venha me perguntar alguma coisa e depois dizer que eu só fala besteira, sou machista e que eu ponto de vista é muito melhor, se já tomou a decisão siga em frente.

O Homem com certeza deve ser inteligente, mas somente o homem? (Pergunta retórica: lembre-se do prometido). Falar sobre as crises existências, as TPM´s, os problemas causados pela estagiaria (que não é da nossa empresa), o período de prova, os problemas com os relacionamentos das melhores amigas (que nos odeiam) e até mesmo a morte da bezerra, já esta batido por demais, mais uns dois textos que façam menção a tais temas eles viram clichê.
Dosar os níveis de extroversão é outra tarefa para o Super Mouse (aquele que é o seu amigo, que veio te salvar do perigo), somos bobos, infantis, idiotas e babacas. (Ponto nem vou me prolongar nesse assunto, assumo que somos bobos, infantis, idiotas e babacas).

Sei que agora o texto/desabafo está confuso e acabou engendrando por questões que parecem não ser pertinentes com a temática. Contudo:

Pergunta-te-ia e sei que a resposta vai ser: Depende, cada qual é um qual, isso é coisa da sua cabeça, ta procurando pelo em novo e por ai vai...

To reclamando sim e corro sério risco dessas palavras não fazerem sentido algum na manha seguinte e até mesmo escrever um outro texto questionando o contrário. É duro admitir mas o homem não evoluiu tanto para a mulher independente (desculpe amigos, são palavras minhas, não levem a sério, to escrevendo num momento de carência brava e admito me acho o melhor partido do mundo, o rapaz do parágrafo de cima, lembra dele).

Tempos bons eram quando homens vaidosos precisavam apenas fazer a barba e passar água de colônia. Na era dos metrosexuais, adeus a peitos cabeludos, barriguinhas redondas e cutículas mal feitas. Foi difícil! Mas ampliamos nossos leques de cores, assumimos por fim que o salmão não faz parte apenas da cadeia alimentar. (E tudo isso por ti minha pequena).

Me faça dois favores por favor.
1º Não venha me buscar para a balada no seu carro tunado 2.0, com rodas de liga leve aro 19, 500 cavalos de potência e um mini trio elétrico no porta mala. Me permita busca-la em casa e abrir a porta do meu possante pra você.
2º Mesmo que você sabia! Me pergunte sempre nas transmissões futebolísticas O que é impedimento e mesmo com conhecimento superior apresente dúvidas e hesitações em seus comentários (não custa nada fazer meu ego inflar).

Desculpe mas tenho um 3º pedido. Durante minha infância, adolescência e atual fase adulta fui altamente treinado na arte de proferir adjetivos duvidosos e de baixo calão (vulgo palavrão) e me permita nos momentos adequados dispara-los.

Perdão 4º pedido (é o ultimo prometo).
Por obséquio, joguem novamente as tranças pela janela, voltem a dormir a minha espera, na dúvida comam também as uvas, jacas, melancias, peras envenenadas, seria pedir muito ter umas irmãs e madrastas malvadas se aprontar lindamente para o baile e esquecer o sapatinho na saída. Seria pedir muito? Heim, heim, heim???
Infeliz e infelizmente a capacidade de ser homem vendo sendo colocada em xeque com o passar do tempo. Aquisição de direitos iguais, quebra de pré-conceitos, paradigmas, dogmas, foram gerando um lapso na evolução masculina. O novo homem vem tentando se adaptar a super mulher, contudo, quando pensamos caminhar na direção correta somos surpreendidos com irritações e questionamentos até então não pensados.

Agora um pedido aos homens que tiveram paciência e chegaram até esse parágrafo, NÃO SE TORNEM AMIGO DE MUITAS PEQUENAS. Descubro com o passar dos dias, que o amigo não é o namorado, amante, rolo e afins indicado. Quando você está solteiríssimo da Silva a pergunta é a seguinte:

- Nossa, por que você está solteiro? Está solteiro por que quer né? Você é tão legal, sei que vai achar alguém especial e blá blá blá blá.

Quando você encontra alguém a pergunta já muda um pouco:

- NOSSA! Por que você está com ela, demoro tanto e escolhe ela, feia, desdentada, vesga, celulitosa, fidida, já fico com Deus e o mundo, não merece alguém como você...

Vamos instaurar o dia intergaláctico do Homem, dia do orgulho hetero, feriado nacional do futebol, tornar o machismo um movimento decretar os Direitos Iguais aos Homens também. (e escrever um texto menos confuso e pertinente da próxima vez)
....
Bom, se continuar aqui falando, acabo escrevendo um livro! Mas vou abrir espaço para Miss G, dar alguns tapas com luva de pelica.

“É difícil comentar ou responder um texto com os pensamentos confusos.
Confusos porque não entendo como funciona essa magia que uns chamam de Amor, Paixão, Conquista, Domínio. Enfim, como ter ao seu lado uma pessoa que você quer? Como conquistá-la?

Bom, voltando ao desabafo, creio que hoje não só as mulheres, mas os homens também mudaram muito o jeito de encarar um relacionamento.
As pessoas preferem “ficar”, para não ter compromisso com ninguém. Eu como mulher, expresso aqui meu ponto de vista: Estou solteira um tanto por opção e um tanto por circunstância. Nunca acreditei em príncipe encantado no cavalo branco, mas queria encontrar uma pessoa com quem eu possa compartilhar minhas alegrias e tristezas.

Sinceramente, essa versão de homens românticos que mandam flores não agrada mais as mulheres. Sei que muitas vão ler esse texto e dizer que é mentira, mas é muito simples testar, nenhum homem conquista mulher alguma simplesmente porque enviou flores. Essas coisas só acontecem em novelas e filmes.
Isso começou a acontecer porque nos acostumamos com o jeito “bruto” masculino, e acabamos gostando. Digo “bruto” no sentido de falta de romantismo e não violento.
Queríamos direitos iguais e conseguimos, dividimos contas, disputamos vagas de emprego e outras coisas mais.

Voltando ao foco da discussão, conquistar uma mulher é simples, seja você mesmo sempre. Não tem coisa pior do que você conquistar uma mulher, e ela descobrir que tudo que você era não é verdade. Era só para conquistá-la. Te garanto que a pessoa que estiver ao seu lado,vai gostar de ti do jeito que você é. Mas lembre-se, que isso não te livra de opiniões contrárias, de discutir a relação, de enviar flores no aniversário dela.
Sim meu caro enviar flores, sou contra flores para conquistar a mulher, mas para fazer uma surpresa ou agradá-la, esse romantismo á moda antiga está totalmente aprovado.” (Miss G)

...

21 de junho de 2007

MADAME V.

As aventuras amorosas de mr. R
MADAME V.
Caminhava tranqüilo pelas calçadas monocromáticas da cidade de São Paulo, estava um noite agradável, os prédios desenhavam o céu azul escuro, havia poucas pessoas na rua. Meu destino, o Súbita, um cabaré caindo aos pedaços escondidos numa dessas travessas da rua Augusta, apesar da idade denunciada nos trincos nas paredes, a tinha descascada e a fiação a mostra, aquelas paredes vermelhas escuras e seus retratos de personalidades de Hollywood tinha um certo charme.

Entre acenos e comprimentos, me encaminhava para meu lugar cativo e logo tenho servido minha habitual dose de conhaque.

- Alguma novidade?
- Não.
- Alguma pequena nova?
- Também não.
- Esse lugar já foi melhor.
- Você fala isso todos os dias.
- Outra dose.

De onde estava, podia observar as garotas divertirem os boêmios da megalópole. Entre sorrisos e caricias, elas imergiam das pernas dos cães da guarda da sociedade rica paulista. Essas garotas. As garotas engordavam diariamente o pequeno lucro do cabaré. Em outro canto uma cena comum, mais um homem sendo sugado por uma ninfa. Assistir aquela cena me agradava, ficava imaginando aquela garota colada no meu corpo, sentindo aquela vag...

- Oi.

Aquela voz me trousse de volta a realidade.
Ela era clara, olhos negros, os cabelos lisos num tom avermelhado desciam até o meio das costas, ela estava sentada do meu lado. Pediu uma dose de conhaque, olhou para mim como se fosse o único homem daquele lugar. Trajava um vestido amarelo, colado ao corpo, podia ver cada curva do corpo torneado. Me olhava com a displicência de quem quer se divertir.

- Oi.

Mais uma vez estava sendo puxado para a realidade. Imaginar aquela mulher nua em pelo me deixou sem graça naquele momento.

- Oi.
- O que faz aqui?
- Resolveu falar, pensei que uma gata tinha mordida a sua língua.
- O que faz aqui, você ainda não respondeu?

Ela puxou da bolsa em seu colo, uma cigarreira. Ao pensar em levar o cigarro a boca, já estava com a chama do meu isqueiro contornando o seu rosto. Ela aceitou o meu fogo, tragou com o prazer de um orgasmo.

- Estava passando e resolvi entrar.
- Mas aqui é um prostíbulo.
- Eu sei.

Silêncio

- Nunca te vi por aqui. É uma das garotas novas?
- Já disse que estava passando e resolvi entrar! Será que num prostíbulo existem apenas mulheres sendo oferecidas.
- É que

O silêncio agora era ensurdecedor. Suas respostas me desconcertavam.

- Aqui não é lugar pra moças de família.
- E quem disse que eu sou de família?

Aquele sorriso. Malicioso.
Ela estava me tirando do sério, suas respostas me instigavam e ao mesmo tempo me motivavam a entrar naquele jogo. Cartas na mesa, olhos tentados a não fugir do confronto. Na boca batom claro, quase imperceptível, contornavam uma boca pequena, suave, que parecia nunca ter sido beijada. O seu perfume.

- E você o que faz aqui?
- Vim beber.
- Não fica com nenhuma dessas garotas?
- As vezes, mas hoje não quero ficar com nenhuma delas.
- Não!?
- Quer ficar com quem?
- Estive pensando em uma garota vestida de amarelo.
- Quem? Aquele ali?
- Não.

Tentei me aproximar, minha respiração já estava acelerada e denunciava meu nervosismo. Me aproximei mais, tentei beijá-la, mas ela esquivou e me abriu um sorriso de criança que acabava de fazer arte.

- Presumo que essa garota seja eu.
- Sim.
- Mas com essa conversinha, vai ser difícil.
- Que conversinha?
- Não se faça de bobo! Quero um conhaque.
- Ser um conhaque pra ela.

Poderia passar a noite vendo ela beber aquela taça de conhaque.

- O que veio procurar essa noite?
- Diversão.
- Que tipo de diversão?
- Pensei em dois corpos.
- Gosto.
- Pensei também em suor.
??? Não consegui falar nada.
- Talvez. Talvez eu dançando nua.
!!! Estava ficando cada vez mais quente.
- Quem sabe eu de quatro esperando

Não pensei duas vezes, levei minhas mãos trêmulas até sua perna. A danada as abriu de modo convidativo, meus dedos percorriam suas coxas. Ela as fechou. Balança negativamente o dedo indicador. Mergulhei de cabeça naquele jogo. Me aproximei e fui soprando lentamente em seu ouvido.

- Pensei também (disse sussurrando para ela)
- No que!?
- Em te amarrar na minha cama e beijar seu lábios até sentir seu corpo tremendo na minha boca.

Ela me puxou e me deu um beijo mais intenso que recebi até hoje. Sentia sua língua descobrindo cada pedaço da minha boca. Não estava acreditando. Pensava eu, será que tudo isso está acontecendo realmente, devo acordar bêbado e com dor de cabeça a qualquer minuto, tudo que acontecerá até aqui parece o roteiro dessas histórias baratas de folhetins vendidos em bancas de jornal.

Sem hesitar beije-lhe o pescoço, mordia a sua orelha e sentia cada vez mais minha excitação explodir dentro das calças.

- Preciso ir.
- O que?
- Tenho que ir.
- Pra onde?
- Não importa, pra longe apenas.
- Você não pode?
- O que não posso?
- Seu endereço pelo menos.
- Eu te procuro!
- Me dá o seu endereço.

Ela saiu caminhando rápido, desviando das pessoas que cambaleavam pelo cabaré, quando consegui levantar, a embriaguez me venceu, senti a tontura de 4 doses de conhaque. Cambaleante tentei sair, mas o segurança me barrou.

- Não vai pagar?
- Claro.
- Preciso falar com ela, já voltou e pago.
- Pague primeiro.
- É rápido, já volto e acerto.
- Só vai sair após o pagamento.
- Você me conhece, sabe que venho aqui sempre, é rápido, já volto
- O pagamento.

Tirei um maço de notas da carteira, tinha muito dinheiro, não podia me dar o luxo de deixar o troco pra eles. Quando consegui sair já era tarde, nem vestígio daquela mulher. Fiquei ali, sentando na guia, pensando, naquela noite. Não sei seu nome, seu endereço, lembro apenas do seu rosto e daquele beijo.
continua...

13 de junho de 2007

MADAME V

"As aventuras amorosas de Mr R"
# MADAME V.
Posso sentir o cheiro da chuva que cessou a pouco. Saltando entre uma poça e outra, sou mais um a procura de abrigo para uma noite fria. Amigos tenho poucos, nunca fui muito de relacionamentos, preferi ficar distante observando e ouvindo, talvez por isso esteja nessa profissão. Sou detetive, porém sem o glamour dos filmes de 20. Vivo me esgueirando entre maridos infiéis, becos escuros, banco de carros, lixo, muito lixo e um detalhe importante há muito não tenho clientes.

Entre os rostos cobertos por guardas chuvas, tudo pra mim é evidência menos a mais clara que todas finjo não enxergar “Eu sou um fracassado

Minha diversão garanto na noite, nas curvas suntuosas dos prostíbulos de São Paulo. O cheiro de sexo me excita e com uma mulher em meus braços me sinto um garanhão. Sinto o toque o suave dos seus lábios no meu pênis e isso me leva a loucura. Amor garantido por 30 minutos quiçá 1 hora, ou quem sabe até o próximo cliente bater a porta.
A cidade de São Paulo picadeiro da minha triste história, cresce em ritmo alucinante e o céu não é mais o limite, o próprio nome diz: “arranha céu” e a cidade a cada dia fica mais feia, mais alta e mais cinza. Os imigrantes não param de chegar, sotaques nortistas misturados a outros idiomas, ditam o ritmo frenético ao qual essa cidade cresce. Acho que ela é a única que leva o lema desse país a sério “Ordem e Progresso”. Vejo São Paulo como a maior das prostitutas, uma eterna senhora elegante, bonita e soberba com as pernas sempre abertas pronta para receber o falo de quem possa afagar sua vaidade. Descarada! Santa puta descarada!

Estou a caminho de um bar de conhecidos desconhecidos, lá a conversa e teorias de um ano 2000 quase 40 anos distantes parecem tão loucos quanto o copo de conhaque possa permitir.
Essa é a minha rotina.
8:00 horas chego em meu escritório na Av. Augusta, da janela vejo os ônibus passando, levando operários enganados pelo sonho de riqueza. Papeis velhos se amontoam em cima de uma escrivaninha num canto da sala, na parede um mapa da cidade, do outro lado uma vitrola velha com o mesmo disco de Cartola que de tão riscado já não toca mais.
As 20 deixo meu quartel general em busca dela, sempre dela, a vida noturna.
De bar em bar, de putero em putero, me permito gastar um pouco da herança deixada por um velho e querido tio, que não jaz entre nós. O Incentivador frustrado da minha curta carreira de estudante de direito , a carreira promissora que abandonei por conta da apaixonante e folclórica rotina de detetive.

Até agora não me apresentei, sou avesso a essas formalidades, quanto menos me conhecer, menos transparente fico, mas elas, sempre elas, me chamam de “R”. O porquê desse nome não sei, mas ele me confere um certo charme que não tenho. Como R posso me transportar para qualquer ser, para qualquer personalidade. Qualquer um pode ser R e por isso não reclamo por ser lembrado apenas por essa consoante.

Sem mais delongas.
Hoje seria um dia comum se não fosse por um fato.
continua...

29 de maio de 2007

# O DIÁRIO DE R

As aventuras amorosas de Mr R
# O DIÁRIO DE R

Algum dia de 2006

Minha história nem foi, nem será a mais bonita, mas a primeira linha do livro que prometi escrever começaria da seguinte forma:

"EU pensei que contos da fadas não existissem, até viver UM"
Os nomes dos personagens não precisam ser ditos, sua fisionomia muito menos, características temperamentais não interessam. Mas os mundos com certeza esses sim conduziriam o enredo.
Tudo aconteceu há alguns anos atrás e ainda não sei porque sempre me pego repensando e remoendo esssa história. Além dos amigos acho que você é unico que pode compreender. Por isso gosto de papel, você aceita tudo.

Conhecemos-nos de uma maneira pouco convencional.
Era só pra ser uma brincadeira.
Uma reposta mal criada. Uma viagem adiada. E tudo por quê? Por causa daquela musica descrita abaixo, ou melhor cantada de maneira desafinada e roca; teria tal música tamanho poder? Também pensei que não! mas até hoje é trilha sonora dos momentos mais intensos vividos por duas pessoas.

Ah, essa música

"Seu cheiro em outra pessoa e o meu pensamento em você impossivel te esquecer"

Tudo aconteceu rápido de mais.
O envolvimento, a paixão, as brigas, o preconceito tudo acabou rápido de mais.
Restaram apenas as lembranças, até um dia desses esquecidos e revividos pela tal música tocada despretensiosamente em uma estação de rádio qualquer.

"Quisera perder de vista não deixar rastro nem pista somente o tempo ira te encontrar"

Algumas perguntas vêm a minha cabeça:
Onde esta? Como esta? Será que nos veremos?

Nos completávamos, as horas voavam, o mundo parava.
TELEPATIA! Não adivinhamos pensamentos, mas sabíamos quando um precisava do outro. Os beijos eram longos e demorados, os carinhos sentidos a flor da pele, sua respiração ofegante, sua voz no meu ouvido, as palavras sempre cuidadas.

As vezes quando escuto essa música e um mundo de lembranças invadem os pensamentos me pergunto se tudo aconteceu. Até que vejo aquele casal de velhinhos sentados em um banco de praça alimentando pombos e tenho certeza que foi real. Retratando um dos planos discutidos pelos apaiaxonados, congelados pela resina do amor sonhado.


A dor foi real, as lágrimas, a decpeção, a revolta, o coração dolorido, trincado, destruido!
FOI REAL
Me preparei pro fim.
Mas nunca pra aquele fim.
Algumas palavras ainda ecoam.
E tudo acabou.

"Mas não vou te procurar, acho que não adianta correr atras desse amor"

Contos de fadas sim! Com direito a Era uma vez, personagens, antagonistas, conflito, plot points, resolução e moral da história no final . Mas diferente dos livros, viver felizes para sempre, nem sempre implica em viverem juntos para sempre.
Mas o final pode ser feliz assim mesmo.

Moral da história e qual é a história?

Você meu amigo deve estar se perguntando, alias tem alguns outros trechos dessa história reportados em páginas anteriores, você acompanhou tudo, não criticou, não me chamou de louco, não deu força, não incentivou, apenas me ouviu!

"O cheiro do seu perfume resto de uma saudade louca saudade de ver"

O que restou?
Ótimas lembranças! Amizade incondicional!
Uma história incomum e algumas lições e o meu conto de fadas.

Se continuo apaixonado? Não. Apenas nostalgia.
Se ainda nos falamos? Já não sei mais, talvez sim, talvez não.
Que merda de história é essa?
Mais detalhes? Algum dia eu conto.
Uma palavra? Telefone.

"o meu pensamento em você impossível te esquecer MEU AMOR"

23 de maio de 2007

1.1 OS PRIMEIROS BEIJOS

1.1 OS PRIMEIROS BEIJOS
As aventuras amoras de Mr R

Logo R aprenderá que somente um dia após o outro é capaz de resolver alguns problemas, principalmente os sentimentais. O dia seguinte a negativa de tão aguardado beijo pareceu ser o pior deles, R não queria sair de casa, um misto de vergonha e covardia lhe tomavam os pensamentos. Porém o que realmente o incomodará não era o sonoro não que ainda ecoava na sua cabeça, e sim a lembrança de ter corrido da situação. Covarde, covarde, covarde, covarde, covarde ele repetia a si mesmo. R imaginará que tal fato, o descrendenciaria a possível morador do coração de L. Qual a menina que ficaria com um menino que corre dos seus problemas. Mulher gosta do cara que a agarra com força a toma nos braços e a beija inclinada como nas cenas de cinema.

Decidido a não colocar os pés na rua nos próximos dias R zapeava os canais de televisão, entre um comercial e outro, ele levantava observava o movimento e voltava para o sofá, numa dessas subidas M.C o pega desprevenido e ainda sem graça R não conseguiu fugir do amigo sorridente.

(“Por que as pessoas sorriem tanto”)

Vai sair não?
Sair pra onde?
Pra rua ué?
Agente ta lá no campinho jogando bola!
To afim não.
Vamo lá! Ta faltando goleiro.
Ah veio me chamar só por que ta faltando um.
Não, claro que não! Você é o melhor goleiro do campinho.
Nem adianta puxar o saco!
É sério, vamos lá. Vai ficar o dia todo dentro de casa.
Não quero sair.
Por que?
Porque não!
Por causa de ontem?
O que que tem ontem?
Por causa da brincadeira!
Brincadeira, que brincadeira?
A do beijo!
Que beijo!
O que você num deu CARAMBA!
Não lembro de brincadeira nenhuma.
Para de graça.
Você que não quis beijar ela.
Eu que não quis! TA MALUCO!!!
É você não quis!
EU NÃO QUIS! Ce ta brincando comigo!
To não! É sério!
Como assim?
Cara se acha que você ia pedir um beijo pra ela, e ela ia fechar os olhos e ia sair correndo te beijando.
É!
Claro que não idiota, ela disse não dizendo sim.
NÃO dizendo SIM! Pra mim não é não e sim é sim. Simples não tem NÃO que é SIM e SIM que é NÃO.
Ela ta fazendo charme. Disse não, querendo dizer sim! Mas você saiu correndo! VACILÃO. Agora vai saber quando você vai ter uma oportunidade dessa.
Mais.
Mais nada, mulher é tudo assim, elas ficam esperando que você insista, que você repare, que você elogie, que você galanteie, elas dizem não dizendo sim.
O muleque ta querendo me ensinar sobre as mulheres é, você já beijou quantas pra ta me dizendo essas coisas?
Eu sei! Tenho duas irmãs e por conseqüência um monte de meninas ficam o dia inteiro fofocando na minha casa. Eu finjo que to vendo TV e fico ouvindo tudo, anotando minhas táticas.
Caramba! Então ela queria me beijar!
Queria.
Mas agora não quer mais.
Não quer mais?! Mais não quer mais querendo?!
Não quer não querendo!
Caramba! Como assim? Ué, você saiu correndo, agora ela te acha um idiota!
Ela te disse? Você ouviu ela dizendo?
Não me disse e não ouvi ela dizendo nada! Mas não quero um cunhado que sai correndo por ai. Vai jogar bola? Ou vai ficar ai escondido?

16 de maio de 2007

1.1 OS PRIMEIROS BEIJOS...

Não foi dessa vez que o primeiro beijo de R aconteceu. Mas a sensação do que quase beijo ficou nos pensamentos do rapaz por alguns dias. Os comentários dos amigos não o deixa esquecer também.

Por que não foi?
Porque não, oras!
Mas tava quase indo.
Mas num foi!
Por que não foi?
Já falei que porque não caramba!
Mas devia ter ido.
Mas num foi!
Mas o que aconteceu?
Num aconteceu.
Se preocupa não sábado que vem tem bailinho de novo.
Tem mesmo?
Tem sim, enquanto você não beijou o Jr, beijou.
Ele beijou quem?
Beijou a C.
Mas você num beijou!
Não precisa ficar lembrando toda hora também.
Mas sábado se beija!
Por que só sábado?
Porque só vai ter bailinho no sábado!
CARALHO!!!!
Mas sábado eu vou pra casa.
Fazer o que na sua casa?
Ué, minha mãe mandou eu ir pra casa, vai saber o que eu vou fazer em casa!
Agente dá um jeito então.
Dá um jeito pra quê?
Pra você beijar!
Mas por que eu?
Porque todo mundo já beijou!
TODO MUNDO?
Se ta mentindo!?
To nada, até eu já beijei!
QUEM!?
Você não conhece, é la da escola!
BEJO NADA!?
BEIJEI SIM!!!
BEJO NADA!? Fala o nome dela então!!!!
Num preciso falar, você não conhece, e quem não beijou foi você.

Como assim todo mundo já beijou indaga a sí mesmo. Não é verdade. Nem ligo é só um beijo mesmo!

A noite não foi a mais tranqüila pra R, entre intervalo de um sonho e outro, boca, bocas, bocões, boquinhas, bencinhos, risadas, dedos apontados, estalos de beijos, casais enamorados, olhos apaixonados, mãos dadas, beijocas, beijoqueiras, até mesmo o amigo mais feinho do mundo inteiro, estava lá, abraçado a alguém trocando beijos. Maldito primeiro beijo!

Lá estava R, tentando não admitir que essa história de primeiro beijo não o incomodava. Engano-seu! O incomodava e muito!

Ele tentou não dar muita atenção para o quase primeiro beijo, mas tinha um caminho com uma menina, e ela era amiga de R, e também quase participará do primeiro beijo.

Oi!
Oi!
Tudo bem?
Tudo!
Foi legal o baile!
Foi!
Até que você num dança mal!
Baile idiota!
O que?
Ah! Uhum! O que, o que? Ah! Shi, é tosse tosse, então, Sim, uhum hum! Nada não, pensei alto!
Pensou o que?
Pensei, quem disse que eu pensei?
Você!?
Não, não, num pensei não, engano seu!
Ah, ta!
Você vem sábado?
Venho? Venho onde?
No baile o cabeçudo? Ta com a cabeça longe é? Ta pensando no que?
No beijo!
O que?
É, então, sim, é, pensando, ahammm, cabeça? Uhumm! Você me chamou de cabeçudo foi?
Não muda de assunto! O que disse?
Eu disse nada. Disse que sábado não vai dar, vou ter que ir pra casa.
Mas e o beijo?
Beijo? Que beijo? Olha a pipa!!! E correu olhando pro alto e deixando aquela conversa para trás.

Passado duas semanas, lá estava R, com sua inseparável mochila cinza e preta nas costas, algumas cuecas, alguns shorts, camisetas e ansioso pelas brincadeiras na casa da avó. Mas não eram as brincadeiras que faziam o corpo de R tremer de excitação com as ruas que ficavam pra trás. Lá ele encontraria novamente com ela. O beijo nem importava tanto, mas estar perto dela, ouvir ela reclamando de tudo, brigando com todo mundo, querendo jogar futebol com os meninos, e fazendo cara de brava por que eles não deixavam era tudo que R queria ver. Sem perceber esse foi o primeiro amor de R.

Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
Ow Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!
Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
Fala!
Vamo pro campinho!
Faze?
Vamo pro campinho, o Jr falo que tem uma brincadeira nova pra gente!
Num quero!
Ele disse que é pra você ih!
Mas to vendo TV.
Desliga vamo pro campinho, se sabe que as brincadeiras do Jr, são sempre legais!

(Jr era o mais velho da turma, já estava na 6º série, era grandão e sabia das coisas. Ele era legal porque sempre defendia agente do pessoal da rua de baixo. E era um amigão também, um cara que dava pra confiar)

Caramba! Pensei que não você não vinha!

Sem entender muito bem, R estava ao lado de outros meninos todos perfilados e com um sorrizinho malicioso no rosto. Distante dali estavam o grupo das meninas, todas sentadas observando a brincadeira. Por algum motivo, R percebeu que só ele não tinha brincado daquilo até então. Jr fechava os olhos da H e apontava para os rapazes.

Esse?
Não
Esse?
Não
É esse?
Não
Então é esse?
Também não!
É esse?
É!
O que você quer?
Passeio no bosque!

?Passeio no bosque? Que diabos é isso? Aqui nem tem bosque!

H fez cara de quem não gostou muito da escolha, ela tinha pego o F, um cara legal, mas baixinho e gordinho. Logo estavam os dois de mão dada andando pelo campinho como se tivessem passeando pelo bosque.

Mas que coisa mais sem graça!

Agora é a vez das meninas!

RO, vem pra cá, você que vai escolher a sortuda, falava Jr para o RO.

E a brincadeira eram assim:
Beijo (beijo no rosto)
Abraço (abraço de dois minutos)
Aperto de mão (apertão de mão mesmo)
Passeio no bosque (ficar andando por um canto pelo tempo que acharem legal)


Logo a brincadeira estava se tornando tediosa! Passeio no bosque não era a coisa mais interessante do mundo e quem R gostaria que estivesse participando tinha ido ao dentista naquela tarde.

Sábio Jr! Havia guardado o melhor da brincadeira para mais tarde.

De repente a calma do campinho foi interrompida com a chegada de MC, C e ela! L, todos muito alegres, sorridentes. Com o coração na boca R observava ela vindo em sua direção, linda, sorridente, balançando o cabelo para lá e para cá.

Que bom que vocês chegaram!
Tão brincando do que?
Sei não.
Só sei que tem que levar pra passear no bosque!
Ah!
Até que legal!
Agente pode andar de mão dada (era o que R mais queria)
Eu e você?
Não, é, sim, então, simmm, shi, é mesmo, na brincadeira, na brincadeira, quis dizer na brincadeira.
Então vamos brincar.

A brincadeira é a mesma! Só que vamos melhorar ela um pouco.
Ah! Como?

Agora é assim:
Pêra (abraço)
Uva (beijo no rosto)
Maça (beijo selinho)
Salada mista (beijo de língua)

Mais animado do que nunca estavam todos perfilados novamente, agora meninos e meninas um do lado do outro, intercalados. Jr tomava cuidado para pular o sexo oposto. E apontava para o outro seguido da pergunta: É esse? Sim? Pêra? Uva? Maça? Salada Mista? Sempre que o dedo era apontado para L, R torcia para que a resposta fosse negativa e aguardava ansioso para sua vez de escolher a vitima do seu primeiro beijo!

A vez de R chegou, de olhos cobertos, ele ouvia os risinhos de todos e o é esse que Jr repetia, ele tinha marcado bem a posição da L, e após contar as negativas, chegou a hora.

É essa?
Sim
O que você quer?
Uva!

Quando abriu o olho la estava G. A menina mais feia de todo o quarteirão. Que sorria para R, como se tivesse ganhando um pacote de balas juquinha e o troco do super mercado. Com a cara mais descontente do mundo e aos gritos de beija, beija, beija a menina fazia um certo charme de quem não quer, querendo o beijo já anunciado. O consolo de R, fora a escolha do uva, que o sentenciava apenas para o beijo no rosto!

Smack!

E assim foi o beijo no rosto de G. Se existisse um campeonato de quem desse o beijo no rosto mais rápido do mundo. R o ganharia. Já era possível ver ele pulando e comemorando com a medalha no peito. A técnica da vitória é pensar na G, não tem como alguém dar um beijo com mais de 1 segundo no rosto dela, repetia contente para os repórteres.

De volta a realidade estavam eles perfilados novamente. R, RO, MC, D, C, A, CL no time dos homens, L, C, H, G, A, V, VA, D no time das meninas. Agora era a vez da L escolher o sortudo que poderia ganhar o prêmio máximo: A SALADA MISTA,

Esse nome deve ter sido escolhido, porque deve ficar tudo misturado na hora do beijo, a língua, a baba, os sentimentos. Pensava R

Sim! Sim, sim o que? Eu? Eu o que? Escolhido? Escolhido pela L? Eu? EU? O que? UVA? (Uva é o que mesmo) E de repente um beijo.

Um beijo quente, rápido e capaz de deixar R mais vermelho que pimentão da feira!

Assim se seguiu a brincadeira. Mais animado e feliz com por ter sido escolhido. Nosso pequeno herói combinou uma tática com JR, ele faria uma pequena pressão nos olhos de R quando ele passasse pela L. Plano armado!

Sim! É essa! Maça!

Vermelha, sem graça e com um sorriso tímido, L tentava esconder o rosto entre o cabelo, mas R estava confiante, ela não recusaria o beijo de R. Ele de frente pra ela, ela olhando pra ele, vento assobiando o mato em volta do campinho, o sorriso maldoso de todo mundo em volta, os gritos de beija, beija, beija mais entusiasmado. Boca, olhos na boca, R só tinha olhos para a boca, pequena, com um batom rosa clarinho, ele ia se aproximando devagar, boca, olhos semi abertos, boca, L, R, boca, R, L, boca, coração acelerado, R, boca, L, boca, respiração, R L, boca, boca, boca, e beijo! Quente, molhado e rápido, uma fração de segundos de um lábio encostado no outro, os milionésimos de segundos mais demorados do mundo.

Enfim o primeiro beijo de R. Para ser mais exato os 41 primeiros beijos maças de R, entre apertões, assobios, empurrões, pisões no pé, catucadas, tosses, aconteceram os 41 primeiros beijos de R. Assim como fogo em mato seco, a noticia dos 41 se espalharia com menos rapidez que:

É essa?
Sim!
O que você quer?
Pêra? Uva? Maça? Salada mista?

"SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA, SALADA MISTA"

Finalmente o primeiro beijo!

Isso! Salada Mista!

Tudo pronto! Mãos suando, pernas fracas, pensamentos confusos, barulhos surdos no ouvido, o tempo girando devagar. L estava mais linda do que nunca naquela tarde, estava com um vestido vermelho até o joelho, os cabelos castanhos soltos, o rosto levemente rosado. R segurou a mão de L, que também tremia de ansiedade, o nervosismo era visto no rosto do dois, os olhares sem graça e cúmplice não desviam por nenhum momento. R começava a se aproximar de L, devagar, na cabeça um turbilhão de pensamentos, aquela boca que habitava seus sonhos estava cada vez mais próxima.

Não!
Não?
Não!
Não o que?
Eu não quero!
Não quer?
Não, não quero! Não quero! NÃO QUERO!
Por que?
NÃO! Me solta!
O que?
Não quero!

Um misto de vergonha e tristeza percorria todo o corpo de R, ele não entendia nada o que estava acontecendo, só conseguia lembrar dos outros 41 beijos, como ela não poderia correr. O fora anunciado por ela, estava doendo na sua cabeça berrando, ele se perguntava por que não? Sem pensar muito! Ele fez a primeira coisa que veio a sua cabeça naquele momento! Correu, correu, correu e correu para o mais longe que suas pernas pudessem o levar!

7 de maio de 2007

1.1 OS PRIMEIROS BEIJOS.

"As aventuras amorosas de Mr R"

1.1 OS PRIMEIROS BEIJOS
continuação...


E ela era linda! Cabelos curtos, pele branquinha, começando a desenhar o corpo do mulherão que viria se formar. E ela olhava pra ele e falava alguma coisa

Ah?
Passa a vassoura?
O que?
Você tem que passar a vassoura!
E seu não quiser?
Mas tem que passar, se não você nunca vai dançar comigo!
Ah ta!

R entregou sua companheira de dança para o primeiro que passou pela frente, deu pra notar a certa relutância de R, que par seria melhor para ele, não falava, não tinha pés para serem pisados e nunca ia reparar que ele estava vermelho. Mas tomado pelo espírito do leão do mágico de Oz, respirou fundo, aspirou toda a coragem que tinha no recinto e puxou ela para perto do seu corpo e de olhos fechados lembrou da irmã falando, é dois pra lá e dois pra cá.

Não tem como errar sua anta!
DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ.

Mãos dadas, corpos colados, o rosto dela no peito de R e todos os olhos voltados pro casal que dançava despreocupado pela garagem escura, risos no canto de boca, comentários abafados, acho que tudo foi armado para aquela dança.

A cada minuto a respiração ficava mais acelerada, os corações descompassados, olhos vidrados, e a boca! A boca entre aberta a centímetros do objetivo final. Corações acelerados, respiração descompassada, olhos vidrados e a boca, vermelha, pequena, entre aberta e mais próxima. Corações vidrados, olhos descompassados, pernas bambas, mãos suadas, corpos trementes, boca macia, olhos quase fechados, respiração quente, e as bocas quase se encostando. Respiração, coração, mãos, pernas, música, boca, boca, boca, boca, boca, boca e corpos roçando.

Lembra dos pelos e dos peitos?
Eles não foram às únicas coisas que surgiram com a idade.

Olhos fechados, torcida pra que a música não acabasse nunca, línguas apostas, a boca colada, o beijo anunciado e alguém resolveu acabar com a brincadeira antes da hora. R, nossa que coisa estranha ta acontecendo.

OW!
Não faz isso comigo!
Fica queto!
OW!
Se ta maluco!
Não!
Pelo amor de Deus!
Nãooo!
Respira!
Ela não vai perceber!
OW!
Não apronta isso comigo!
Ai meu Deus! Ai meu Deus!
Pensa em nada, pensa em nada, pensa em nada!
Afasta o corpo! Afasta o corpo!
Acaba música! Acaba Música!
Ela não vai perceber!
Ela não vai perceber!
Ela percebeu!
Ela percebeu!
Ela percebeu!
Continua de olho fechado!
Finge que não acontecendo nada!

Pois é, R descobriu que existem partes do seu corpo que agem de maneira própria!
continua...

6 de maio de 2007

1.1 OS PRIMEIROS BEIJOS

As aventuras amorosas de Mr R

1.1 OS PRIMEIROS BEIJOS

O primeiro beijo, ou poderíamos afirmar os primeiros beijos!
A grande pergunta dentro das pequenas perguntas é como falar de aventuras amorosas sem falar dos primeiros.

Como R sonhará com tal fato!
As imagens lindas cinematográficas sempre ditavam o ritmo lento da cena se repetindo, de um lado a prometida, que vinha em sua direção, devagar como se aquele segundo fosse o mais eterno do mundo, olhos extasiados, mãos suadas, boca semi aberta, e a boca sempre a boca, todo o corpo convergia pra boca, os olhos, as mãos, a boca, os ouvidos, a barriga que suava fria, a boca, as pernas trepidas, a respiração rapida e o despertador!

A idade vai ser difícil de lembrar, mas o pequeno R, lembra que férias era sinônimo de visita a sua casa da avó. Lá o mês passava voando entre as brincadeiras. Pega pega, esconde esconde, a patrulha salvadora que pulará da tela da TV direto para o clubinho, com direito a toque secreto e bugigangas a la professor Pardal. Entre um jogo de futebol e as descidas pelo barranco, entrava em ação a grupo das meninas. E tinha uma menina no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma menina. Baixinha, folgada, atrevida, mandona, nervosa e a mais linda. Éramos todos amigos e odiávamos meninas inclusive o R, que era quem mais odiava meninas, que gostavam dos meninos, e queriam descer de carrinho de rolemã, empinar pipa e fazer parte da patrulha salvadora.

O que isso?
Um pelo oras!
De onde ele veio?
Vo saber!
Quando ele veio?
Sei la!
Quando acordei ele tava ai!
Caralho que da hora!

Acho que com os pelos veio também os interesses por meninas!

Mas o clubinho, as meninas e o fato de meninos odiarem meninas!
ah deixa pra lá, elas parecem ser legais.
O que é aquilo ali na A.
Parece um peito!
Quando apareceu?
Num sei, mas eles são legais!

Agora férias na casa da avó era sinônimo de futebol, clubinho, mãe da mula, pião, papagaio, bailinho e pêra uva maça salada mista!

Sábado a noite, R colocava sua melhor camisa por dentro da calça, penteava com vontade o cabelo e caminhava para o fatídico e mortal bailinho, com suas músicas lentas em que meninas dançam proximas de meninos. Proporcionalmente 5 meninos para cada menina. Eles de um lado, elas de outro, meia luz, que só pai do M.A conseguia fazer, fitas mixadas pela C, e a vassoura dançarina correndo de um lado para o outro pelo baile.

R tinha lugar cativo no canto da parede vendo todo mundo bailar, seu olhar era sempre pra ela, que as vezes olhava pra ele. Vai la R dizia pra si mesmo, pra que ela vai te esnobar respondia, mas se você num for nem te esnobar ela vai retrucava, eu vou dizia decidido, mas depois de tomar refrigerante, ir no banheiro, falar com M.A, puxar o saco do pai do M.C, brincar com o cachorro, e voltar para o canto cativo e tomar coragem pra ir lá.
Oi!
Oi!
A vassoura começa contigo na próxima dança!
O que?
Pega a vassoura logo!

R poderia ficar todas as músicas do mundo dançando com a vassoura. Mas tinha uma menina no meio do caminho.

Continua...

1. O INICIO

"As aventuras amorosas de Mr R"

1. O Inicio.

Rapaz anormalmente comum R é o típico cara tímido, poucas palavras, observador, senso de humor abobalhado por ora inteligente e quase sempre muito cítrico. Onde estiver pessoas reunidas e falantes procure por R com certeza ele estará por lá quetinho, sendo um bom ouvinte, completando frases, fazendo alguns comentários por vezes interessantes.

Caçula de uma família de baixa renda, ela orgulha-se das conquistas que fez; a bicicleta comprada com o primeiro salário, o quarto pintado nas cores favoritas, o ingresso na faculdade, as medalhas penduradas na parede, fotos das viagens realizadas com os amigos, o computador de ultima geração.Ele é assim orgulho, por vezes falsa modéstia, contraditoriamente contraditório e metamórfico como sempre insiste em falar. Tudo misturado a um coração grande e sedento por ter suas próprias histórias ouvidas, como há dos amigos mais desavergonhados.

No lugar certo nas horas erradas, no lugar errados nas horas certas, ou nas possíveis combinações que o ditado permite, é mais ou menos assim que as coisas acontecem com R, elas simplesmente acontecem sempre o jogando do mundo dos sonhos para a realidade, onde as falas ensaiadas por horas não ajudam muito em situações verídicas e criando um leque de situações no mínimo engraçadas, que permeiam o dia a dia do nosso herói.

Suas inquietações são sempre as mesmas de um jovem de vinte e poucos anos, futuro, carreira, amigos, brigas, mulheres. Sempre as mulheres, razão de inquietação de qualquer homem, com suas curvas despretensiosas, bocas reclamantes por beijos, olhares manhosos, decotes, lingeries, vestidos, botas e sensualidade, Ah a sensualidade devem vir no DNA das mulheres.

Mas voltemos a R um rapaz anormalmente normal, que gosta de estar com amigos pra um papo e um copo de cerveja gelada, viajar e levar na bagagem só expectativas quase nunca concretas, assistir filmes e mais filmes, olhar alguns minutos a barriga no espelho e sempre prometer voltar a praticar alguma atividade física e se tornar finalmente o Don Huan Marco.

continua...